Sandra Maria tinha 34 anos, foi assassinada a facadas pelo namorado Daniel Ospina Garcia. No dia 24 de julho encontram o corpo de Sandra abandonado no apartamento em que morava em São Paulo e ao seu lado estava sua filhinha de 8 meses que ficou por dois dias só, sem comida, sem água, a bebê foi encontrada com ferimentos nas pernas e desidratada.
Em Blumenau/SC Jessica Mayara e seu filho Theo Pereira de 3 meses foram assassinados por Kleber Henrique Pereira que era marido da mulher e pai do bebê.
No Rio de Janeiro o policial civil Marcos André de Oliveira dos Santos que era chefe de investigação de uma Delegacia de Defesa da Mulher é acusado de agredir física e psicologicamente sua ex-namorada.
Também no Rio de Janeiro nessa semana, uma mulher e seus dois jovens filhos são resgatados da casa onde foram mantidos por 17 anos em cárcere privado por Antônio Santos Silva que era marido da mulher e pais dos jovens que foram encontrados em grave estado de desnutrição e maus tratos.
Esses dois crimes no Rio de Janeiro também mostram mais do que a negligência em relação a proteção à vida de mulheres, crianças e jovens, de como a estrutura do Estado potencializa a violência.
Esses crimes novamente escancaram o feminicídio que foi potencializado no Brasil sob o governo Bolsonaro, um governo que eliminou políticas públicas de combate à violência contra as mulheres, um governo que ataca a devida discussão de gênero nas escolas e com isso não só potencializa, como é cumplice do machismo que fere e mata.
A eliminação dessas políticas públicas tenta naturalizar a desigualdade de gênero e dessa forma joga seres humanos na barbárie da ignorância e consequentemente da violência que fere e mata.
São crimes cometidos contra as mulheres, são crimes cometidos contra crianças e jovens que escancaram o quanto o patriarcado, o machismo enraizado na sociedade e potencializado pelo capitalismo e seus capachos governos atentam contra a vida.
Só se indignar vendo os noticiários sobre esses crimes não bastam, é preciso enxergar que é preciso lutar para pôr fim a essa forma de organização da sociedade em que as mulheres são subjugadas, agredidas e assassinadas, uma forma de sociedade em que o Capital se utiliza da discriminação de gênero para impor mais opressão e exploração ao conjunto da classe trabalhadora.