Nosso Encontro foi marcado pela energia, firmeza e alegria dos que chegaram até Campinas vindos das intensas ações de organização e luta que realizamos.
Éramos 700 companheiros e companheiras vindos de 20 estados do país, das mais diversas categorias e ramos, matamos saudades e ao mesmo tempo trabalhamos muito nesses 3 dias: analisamos a realidade, discutimos o processo de reorganização e priorizamos a discussão de nossa organização, nos estados, regiões e ramos.
Ações de solidariedade ativa de nossa classe estiveram presentes com força. A primeira delas a Campanha Nacional em Defesa do Sindicato dos Sapateiros de França que está sendo atacado pelos patrões, pelegos com o apoio do Judiciário da cidade e do Ministério do Trabalho que tenta impor um sindicato fantasma na categoria para reduzir direitos e salários. Uma das principais ações é a presença firme da Intersindical na plenária dos Sapateiros que acontece no próximo dia 11 de dezembro.
Além disso, a solidariedade aos trabalhadores no ramo plástico de Novo Hamburgo,Campo Bom e São Leopoldo/RS que também estão sendo atacados pelos patrões com o apoio do governo municipal que tenta frear a organização sindical dos trabalhadores.
Moções e ações em solidariedade a greve dos trabalhadores no Judiciário do Rio de Janeiro e em defesa da causa Palestina, são alguns exemplos do muito que fizemos nesses 3 dias.
Lançamos nosso III Caderno de Debates, que traz o estudo em três categorias: metalúrgicos, bancários e funcionalismo, mostrando que o que pode parecer singular é universal a todas as categorias, as diferenças entre os que optaram pela conciliação e aqueles que seguem organizando a luta enfrentando o capital
Momentos de emoção que vivem aqueles que vêm dos bons combates e seguem firmes organizando a luta que rompe com as cercas e se faz no conjunto da classe trabalhadora.
Firmeza e determinação em seguir ampliando nosso Instrumento de Organização esse foi o caminho escolhido por nós da Intersindical. Desde 2006, quando assumimos a tarefa de construção de nossa ferramenta, optamos pelo caminho de superar a fragmentação pela via da luta e da organização a partir do local de trabalho.
O balanço que fizemos no III Encontro demonstra que temos cumprido um papel importante no processo de reorganização do movimento sindical classista e combativo. Para nós, a unidade se constrói não a partir de acordos de cúpula, mas pela luta efetiva da classe em torno de suas reivindicações e de sua luta contra os ataques do capital.
Nesse sentido, fizemos um balanço positivo de nossa experiência de organização e luta nesses quatro anos. Atuamos conjuntamente em diversos momentos de luta contra o capital, realizamos campanhas salariais importantes com saldos positivos para os trabalhadores e ampliamos nossa presença em várias entidades sindicais, vencendo eleições contra as mais diversas forças do sindicalismo governista, especialmente a CUT, CTB e a Força Sindical. Mantivemos nossas direções combativas em dezenas de sindicatos como ampliamos as Oposições Sindicais em espaços importantes dirigidos pelos velhos e novos pelegos. Isso demonstra que há um campo importante para a Intersindical se ampliar e que nossas propostas se materializam na realidade dos trabalhadores.
Também dedicamos espaço a discutir as especificidades de nossa classe sem abrir mão de serem parte da ação geral da Intersindical, mulheres, negros, homossexuais, juventude e nossa relação com os movimentos sociais, tendo ao centro a classe trabalhadora.
Avançaremos na efetivação de nosso programa de formação capaz de dotar nossa militância de instrumentais analíticos que permitirão que ela melhore sua análise sobre os mecanismos da exploração do capital para melhor enfrentá-lo.
Com a mesma garra e disposição de luta que encaramos os desafios de criar e fortalecer a Intersindical, em um ambiente aparentemente desfavorável ao sindicalismo classista e combativo, também enfrentaremos esses desafios. O caminho será duro, mas estamos dispostos a enfrentá-lo.
Nesse caso, vale aqui citar as palavras de Lênin:
“Pequeno grupo compacto, seguimos por uma estrada escarpada e difícil, segurando-nos fortemente pela mão. De todos os lados, estamos cercados de inimigos, e é preciso marchar quase constantemente debaixo de fogo. Estamos unidos por uma decisão livremente tomada, precisamente a fim de combater o inimigo e não cair no pântano ao lado, cujos habitantes desde o início nos culpam de termos formado um grupo à parte, e preferido o caminho da luta ao caminho da conciliação”.
No processo de reorganização do movimento sindical, a Intersindical não sucumbiu ao mais do mesmo, ou seja, conseguimos consolidar e ampliar esse Instrumento nascido em 2006 agindo nas contradições reais da classe trabalhadora.
Não nos pautamos pela analise mecânica e superficial que basta decretar uma nova central para que o problema de fragmentação da classe trabalhadora esteja resolvido. E ao não abrir mão de seguir construindo a Intersindical- Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, a ampliamos em diversos ramos e estados do País, pois o fazemos com a nossa classe e não apenas em seu nome.
Saímos do III Encontro mais fortalecidos do que entramos pois, ousamos a manter nossa coerência e unidade entre entre nossa elaboração e ação.