Foi com esse objetivo que dezenas de trabalhadores do ramo se reuniram no dia 04 de dezembro na cidade de Blumenau/SC e após ampla discussão e balanço sobre a situação da categoria e da inércia total do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de Santa Catarina em organizar a luta e também garantir que esses trabalhadores estivessem representados pelo SINDPD/SC, é que decidiram pela construção do SINTRASOFT.
Importante contar a história como de fato ela é: Há muito tempo companheiros de Blumenau e também de Florianópolis que estavam na direção do SINDPD/SC lutavam para que o Sindicato retomasse o caminho da organização e da luta a partir da base, para isso percorreram várias regiões do Estado, conversando com a Categoria e tentando trazer o Sindicato de volta para os trabalhadores. Na região sul do Estado, encontraram trabalhadores em empresas privadas recebendo piso salarial abaixo de R$ 700,00 enquanto na convenção coletiva do SINDPD/SC o piso da área técnica varia de 1.158,00 à R$ 1.543,00. Começaram a organizar os trabalhadores e sindicalizá-los ao SINDPD/SC. A resposta dos diretores do Sindicato ligados à Conlutas foi a de que estavam “entrando” na base de outro Sindicato o Sindaspi/Sc (um Sindicato que representa trabalhadores no setor de perícia e pesquisa).
Os companheiros foram contra essa posição absurda, pois entenderam que a preocupação dos que controlam a máquina da entidade era de não ampliar o número de sindicalizados e principalmente dificultar a presença dos trabalhadores na vida do Sindicato.
Os companheiros continuaram a batalha para retomar a luta do Sindicato junto à base, organizaram mobilizações como, por exemplo, a exigência aos patrões do pagamento da Participação nos Resultados e depois dos acordos coletivos assinados, novamente os diretores ligados a Conlutas, numa atitude absurda, se dirigiram ao Ministério do Trabalho dizendo que esses acordos não tinham validade, pois não foram assinados “pela presidente” do Sindicato.
Ou seja, não organizavam a luta, não estavam no cotidiano da categoria e para manter a paralisia do Sindicato a qualquer custo chegaram a atacar os interesses dos trabalhadores.
“Sempre insistimos que era preciso o quanto antes fazer as devidas alterações estatutárias para garantir que o SINPD/SC representasse de fato o conjunto dos trabalhadores na área de Processamento de Dados e de Tecnologia da Informação nas empresas públicas e privadas, a resposta daqueles que dirigiam burocraticamente o Sindicato foi mais uma vez a inércia, pois não querem os trabalhadores definindo os rumos da entidade. Mais um exemplo disso está na base que o Sindicato deveria representar, são aproximadamente 350 associados num universo de 15 mil trabalhadores.”
Não há trabalho de base, os jornais são distribuídos somente quando e como querem a presidente e o tesoureiro, as deliberações da maioria da direção que tinham como objetivo retomar a luta da categoria sempre foram desrespeitadas pelos dois. Enfim um Sindicato que nasceu da luta dos trabalhadores, hoje transformou-se numa entidade burocratizada, distante da base e se recusando a organizar a luta do conjunto da categoria.
A partir de tudo isso companheiros que faziam parte da direção principalmente da região de Blumenau e também de Florianópolis junto com trabalhadores da base decidiram pela construção de um Sindicato que de fato organizasse o conjunto da categoria.
NOSSO COMPROMISSO É RETOMAR A MOBILIZAÇÃO NA CATEGORIA E CONTINUAR SENDO PARTE DA LUTA GERAL DA CLASSE TRABALHADORA.
Os que continuam na direção do Sindpd/SC têm nos acusado de divisionismo, nos comparam à Força Sindical e dizem que nossas práticas são comparadas as dos sindicatos pelegos. Desespero puro daqueles que estão somente preocupados em garantir estrutura através do imposto sindical e que há muito tempo não estão preocupados em organizar os trabalhadores.
Nós não estamos dividindo o Sindpd/SC. Estamos construindo um Sindicato que irá organizar e representar um amplo setor de trabalhadores que foram abandonados pelo Sindpd/SC, ou seja, os trabalhadores em empresas de desenvolvimento de software, suporte técnico e consultoria. E continuaremos a ter solidariedade ativa junto aos trabalhadores no setor de processamento de dados que representados legalmente pelo Sindpd/SC continuam a mercê dos ataques dos patrões, por conta da paralisia do Sindicato.
A Divisão é praticada por aqueles que para se manter a qualquer custo nos Sindicatos, abandonam o trabalho na base e controlam a entidade com a contribuição imposta pelo Estado para garantir seus interesses.
A Divisão é praticada por várias centrais sindicais a exemplo da Força Sindical em várias bases, como por exemplo, o que fizeram no ano passado na região de Chapecó onde “fundaram” um sindicato que tenta dividir a representação sindical dos trabalhadores no setor de processamento de dados. Fora de Santa Catarina, continuam a mesma prática como no Estado de São Paulo quando tentam na cidade de Franca impor um sindicato fantasma na base dos sapateiros para diminuir direitos e salários, sendo que o verdadeiro Sindicato que organiza e representa os sapateiros e trabalhadores no vestuário já existe há 70 anos. Também junto com os patrões e governo na região de Limeira/SP tentaram dividir a base dos Metalúrgicos, mas não conseguiram.
Tanto em Franca como em Limeira os trabalhadores estão junto ao seu verdadeiro Sindicato que organiza a luta e enfrenta os patrões. Com firmeza disseram não aos pelegos e seguem juntos aos seus legítimos sindicatos.
Nós que estamos na construção do SINTRASOFT, não estamos retirando nenhuma representação do SINDPD/SC, ao contrário estamos lutando para garantir que milhares de trabalhadores possam ter sua organização sindical e mais do que serem representados legalmente, o que hoje não existe, possam de fato ter um instrumento de luta e organização da categoria que seja parte da luta geral da classe trabalhadora.
Com total independência em relação aos patrões, governos e partidos, junto com os trabalhadores, vamos retomar as mobilizações na categoria e seguiremos juntos aos que lutam a exemplo do Fórum dos Trabalhadores de Blumenau, Fórum dos Movimentos Sociais e junto a Intersindical- Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora. Seguiremos em unidade nas mobilizações junto com todas as organizações sindicais e populares que não se renderam a parceria com os patrões e governos e têm compromisso com a luta da classe trabalhadora.