Com informações da Oposição Autonomia e Luta
Mais de 1,5 mil trabalhadores da educação de Mato Grosso ocuparam as ruas de Cuiabá no segundo dia da greve da categoria.
Desde 2012 os trabalhadores do estado de Mato Grosso esperavam uma resposta do governo do estado em relação à pauta de reivindicações da categoria. Como o governo não demonstrava interesse em atender nenhum dos pontos de pauta levantados, a categoria deliberou no final do ano passado, por indicativo de greve para início desse ano. Por duas vezes a categoria protelou o início da greve, aguardando resultado de reuniões marcadas sempre posterior aos indicativos de greve.
As vésperas da deflagração da greve, o governador convoca o sindicato para uma reunião. Ao contrário do que esperado, vimos mais uma mesa de ENROLAÇÃO do que de negociação.
Primeiramente o governo dizia desconhecer a pauta que perdura por quase um ano. Segundo, não só, não apresentou nenhuma proposta concreta, como montou apenas um grupo de estudo para avaliar a possibilidade orçamentária para, só em outubro, dar a resposta sobre o aumento exigido pela categoria.
Tentando salvar a pele do Secretario de educação petista, boa parte da direção do SINTEP-MT (PT/CUT) defendeu no conselho de representantes da categoria que deveríamos adiar novamente a greve, esperando o resultado do grupo de estudo proposto pelo governador. A categoria cansada de ser enrolada decidiu passar por cima da direção e aprovou o início imediato da greve por tempo indeterminado.
A categoria não aguenta mais o descaso com a educação pública de MT.
Recentemente, o legislativo estadual aprovou uma lei reduzindo o valor que deveria ser aplicado na educação. O governo, pressionado, revogou a decisão, o que significou uma vitória, no entanto, na prática não aplica a lei, o que significa que ainda temos muito que avançar. Prova disso é que, em ofício encaminhado ao SINTEP/MT, o governador simplesmente IGNORA que a categoria reivindica os 35% para a educação, conforme a Constituição Estadual. A todo o momento o governador diz que aplicará 25%, não mencionando NADA a respeito da pauta dos 35%. Essa é uma RESPOSTA NEGATIVA do governo que não podemos aceitar. O ato por si mesmo já representa um desrespeito com a categoria, bem como uma atitude extremamente arbitrária – o que tem sido uma constante neste governo. Já por aí percebemos que uma negociação não será possível sem muito trabalho e esforço da categoria, sem uma greve que seja forte e bem construída. Com piquetes, debates e mobilização, estamos nos encaminhando para uma das maiores greves que a categoria viu nos últimos tempos.
Por nenhum direito a menos, avançar nas conquistas já.