Por Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região
Prisões, torturas e mortes
No dia 1º de abril completam 50 anos do golpe militar no Brasil, do início de uma ditadura, que nos seus 24 anos, prendeu, torturou, matou e exilou milhares de militantes.
Embora só seja mencionado o golpe militar, na realidade foi um golpe civil e militar, pois entre os conspiradores estavam desde governadores, como Magalhães Pinto de Minas Gerais, a Embaixada dos Estados Unidos e, todos eles a serviço de grandes empresários e multinacionais aqui instaladas.
Enganam-se aqueles que falam deste período como um golpe contra João Goulart e a democracia. O que ocorreu foi um golpe contra as organizações de trabalhadores, tanto na cidade como no campo, que se mobilizavam em busca de suas reivindicações.
Como os patrões, representados principalmente pela Fiesp, não conseguiam impedir estas mobilizações, chamaram os militares para a tarefa de eliminar com tortura, morte e exílio, as organizações de trabalhadores. Não foi por acaso que neste período, 1300 sindicatos em todo o país sofreram intervenção, inclusive o nosso, com a ditadura tirando diretorias eleitas pelos trabalhadores e colocando pelegos a seu serviço.
Em toda a América Latina implantaram ditaduras sanguinárias com o objetivo de impedir o avanço das lutas dos trabalhadores. Com a repressão e a censura conseguiram segurar por muito tempo, mas não impedir que trabalhadores se organizassem, ainda que em pequenas e clandestinas reuniões, que preparam a retomada das lutas, que voltou com força total, em 1978 e 1979.
Comissão da Verdade
Com a abertura de parte dos arquivos da ditadura, já que os das Forças Armadas foram ou destruídos ou não entregues, a Comissão da Verdade tem conseguido identificar torturadores e assassinos em todo o esquema de desaparecimento dos corpos que eram esquartejados ou jogados em alto mar.
Neste aniversário de 50 anos várias manifestações ocorreram em todo o país. É hora de relembrar e homenagear nossos companheiros e companheiras que foram assassinados e, em memória deles, ficar atentos e organizados e combater os saudosistas da ditadura, que deixam suas marcas até hoje, com a violenta repressão às manifestações, os constantes assassinatos de jovens nas periferias, e as torturas, que continuam nos porões de delegacias e viaturas ou espaços das polícias militares, como foi o caso recente do desaparecimento e morte do ajudante de pedreiro, Amarildo Dias de Souza, no Rio de Janeiro.
Continuar a luta e avançar nas conquistas para que todos aqueles que morreram continuem vivos em cada um de nós!
Participe no dia 31/03, às 17h, do Ato de Repúdio aos 50 anos do Golpe e da Ditadura Militar, no Largo do Rosário, em Campinas.