Toda solidariedade aos trabalhadores; contra a manobra dos pelegos que tentam recuperar sua imagem às custas de uma greve isolada em São Paulo
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Essa foi a primeira assembleia depois da fatídica Campanha Salarial, na qual a direção do Sintect-SP passou por cima da decisão da maioria dos trabalhadores, que queriam deflagrar greve. Agora, esse sindicato busca superar o desgaste que sofreu por ter entregado a Campanha Salarial deste ano.
Porém essa manobra pode, inclusive, facilitar os interesses da Empresa e levar a negociação da PLR para díssidio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), sem que haja uma mobilização nacional realmente capaz de pressionar à ECT e à Justiça.
Todo solidariedade a luta dos trabalhadores
Nos solidarizamos com os bravos guerreiros da categoria, que precisam enfrentar o sindicato pelego, além dos ataques promovidos pelos Correios. Os trabalhadores de São Paulo já demonstraram que são de luta e não estão dispostos a baixar a cabeça para as manobras do sindicato.
Nosso próximo passo deve ser o de avançar na organização na base do Sintect-SP, unir os que lutam para conseguir enfrentar os diversos ataques que são feitos a nossa categoria. As próximas campanhas salariais precisam ser unificadas por todos os sindicatos dos trabalhadores dos Correios e isso irá demandará uma forte pressão da base de São Paulo.
Nós, da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, estaremos junto com os trabalhadores que estiverem dispostos a lutar com independência do patrão e do Estado, e autônomo aos partidos políticos.
Contradição entre findect e sintect-sp
A federação chapa branca (Findect), a qual é Sintect-SP é vinculado, divulgou uma nota pública na qual afirmava que esse não é o momento de deflagar uma greve, orientando que os sindicatos aguardassem mais uma semana para acompanhar o desenvolvimento das negociações da PLR.
Entretanto, o Sintect-SP – principal sindicato da federação chapa branca – demonstrou a incoerência de sua organização.
Quando houve a mobilização contra o Postal Saúde se ausentaram da luta, uma das mais importantes que a categoria já fez. Na campanha salarial e na negociação da PLR disse que não sentaria na mesa de negociação unificada, e participaram. Na campanha salarial, com a categoria revoltada com a proposta da ECT e pedindo greve, passaram por cima da maioria e aceitaram a proposta. Agora disseram que a greve seria convocada para uma determinada data, e descumpriram sua própria instância.
Movimento nacional
A greve pelo pagamento da PLR miserável proposta pelos Correios vem em um momento de baixa mobilização da categoria e não passou por qualquer tentativa de construção nacional. Para a greve do Postal Saúde, por exemplo, foram realizadas duas plenárias nacionais da Fentect, além da elaboração de informes e de dois jornais visando a organização nacional da categoria.
Já para a construção dessa campanha pelo pagamento da PLR nada disso ocorreu até o momento. O primeiro passo proposto pela FENTECT é a realização de uma reunião do Conselho de Sindicatos da Federação (Consin), no dia 25 de novembro. Além de debater a PLR, essa reunião também organizará a luta nacional da categoria sobre outras pautas importantes, como o Postal Saúde, o adicional de periculosidade dos motorizados e o CorreiosPAr.
Próximos passos: luta nacional para conquistar avanços
Os Correios seguem em sua política de retirar direitos e atacar a categoria. Para combater esses ataques e conquistar avanços, é preciso construir um movimento nacional unificado desde os locais de trabalho, que realmente pressione e faça a direção dos Correios ceder.
A luta pelo pagamento de uma PLR justa e linear deve ser construida nacionalmente para por fim a essa enrolação promovida pela empresa. Precisamos, também, fazer uma ampla campanha contra o CorreiosPar, que a empresa segue implementando a passos largos.
Além disso, a luta em defesa da nossa saúde não acabou. Após 10 meses da implementação do Postal Saúde, está claro que nossa análise estava acertada. São cada vez menos hospitais e clínicas credenciadas, os procedimentos demoram muito mais do que quando usávamos o Correios Saúde, já há registros em atas da Empresa com sugestão de cobrança no plano.
O pagamento do adicional de periculosidade para os carteiros motorizados também nos exigirá muita luta e organização para fazer com que a lei saia do papel.
Para aqueles que esperavam um novo mandato do governo PT e das estatais mais próximos das demandas dos trabalhadores, já está claro que o governo federal e o seus indicados continuam onde estavam antes: ao lado dos patrões e contra a classe trabalhadora.