[Trabalhadores nos Correios – PR] Faturamento dos Correios cresce ano após ano, mas lucro despenca junto com o número de trabalhadores

Por SINTCOM-PR

Os Correios tentam amedrontar a categoria apresentando a sintcomprimpressionante marca da incompetência de 2,1 BILHÕES de reais de prejuízo em 2015. Inventam que a empresa passa por uma crise econômica e tentam jogar a conta dela para o trabalhador.

As propostas da ECT já estão claras:

• arrocho salarial – o próprio presidente dos Correios disse que o reajuste deveria ser de 0% -;
• retirada de direitos, como os 70% das férias,
• retirada do vale peru;
• mensalidade no plano de saúde;
• além disso, o presidente interino Michel Temer pretende privatizar os Correios e demais estatais.

Porém, se por um lado o prejuízo é divulgado aos quatro cantos, o faturamento da empresa é escondido da categoria. Esse valor é exatamente o conjunto das riquezas que nós, trabalhadores, produzimos. Escondem o faturamento porque ele só aumentou ano após ano e, por isso, a empresa não tem como justificar o não pagamento da nossa PLR, nem por que nosso salário é o menor das estatais, ou por que pagam gratificação ao invés de salário.

A mágica dos números, ou como transformar o faturamento num enorme prejuízo

Simplificadamente, podemos dizer que o lucro é o faturamento menos as despesas. O faturamento é exatamente toda a riqueza produzida pelos trabalhadores, as despesas são fruto das decisões administrativas dos gestores dos Correios. Por isso, a responsabilidade integral pelo prejuízo é dos administradores.

Mas como pode haver um faturamento (às vezes também chamado de receita) em crescimento e um lucro decrescente? A lógica é simples: o dinheiro vem sendo empregado de maneira duvidosa, e, por vezes, até criminosa.

A preparação da privatização dos Correios exigiu que ele se adequasse a regras típicas das sociedades anônimas. Para isso, passaram a provisionar os valores referentes ao “Benefício Pós Emprego” (plano de saúde e previdência) de todos os funcionários, que passou de R$899,404 milhões, em 2012, para a impressionante marca de R$8,313.181 BILHÕES em 2013.

Além disso, o Postalis, que foi usado como forma de injeção financeira em parceiros políticos do PT e do PMDB, gerou um rombo criminoso que está sendo coberto pelos trabalhadores e pela ECT. A nova empresa que gere nosso plano de saúde, a Postal Saúde, também aumentou muito os gastos dos Correios com o plano, mesmo piorando muito o serviço aos usuários.

Para maquiar esses dados, a empresa tenta colocar o benefício pós-emprego, o Postalis, a Postal Saúde como aumento de gastos com os trabalhadores e, portanto, responsabilizando a categoria pelo prejuízo. Essa inversão de causas é desmistificada com o suor do trabalho.

Corrupção e prisões marcam a história dos Correios

Por exemplo, no dia 23 de junho de 16, o ex-ministro Paulo Bernardo e o antigo VIGEP dos Correios, Nelson de Freitas, conhecido como pai do Postal Saúde, foram presos por supostos desvio de verbas. Freitas é investigado, inclusive, por fraudes nos plano de saúde da categoria.

A exploração do trabalhador cada vez maior

Se por um lado o faturamento só tem aumentado, o lucro e o número de trabalhadores cai ano após ano. Com isso temos que trabalhar hoje muito mais do que a anos atrás. Em 2016 a quantidade de trabalhadores caiu para o nível de 2012. Portanto, cada um de nós está produzindo mais para a empresa. Nós sentimos na pele esse aumento de produtividade. Percebemos com a deterioração da nossa saúde. Percebemos com nossos salários baixos. Percebemos com o aumento do assédio moral.

Só no ano de 2015 cada trabalhador produziu R$ 148.687,74 para a ECT! Essa é a fonte de toda o faturamento da empresa, é o fruto do nosso trabalho.