O presidente dos Correios, Guilherme Campos, está provocando os trabalhadores. Ele lançou um vídeo para a categoria afirmando que “temos que tirar a greve dos Correios do calendário do brasileiro”. Campos disse que tem a predisposição de negociar para chegar para um bom acordo. Mentira! A ECT não só mostra que não quer negociar – no primeiro dia de negociação, o presidente disse que não irá ouvir os trabalhadores, apenas passar a posição da empresa – como está preparando vários ataques.
As propostas dos Correios para o ACT 2016/2017 são uma afronta a nossa categoria. Nossas condições de trabalho e de salário já são ruins, mas eles querem piorar – e muito. Querem a retirada do Vale Peru, o Vale Cultura, impor o banco de horas, redução de salário, cobrar mensalidade no plano de saúde e muitos outros ataques, que listamos abaixo:
Ataques econômicos
● Imposição do banco de horas: mecanismo de aumentar a exploração do trabalhador
● Flexibilização da jornada de trabalho com redução de salário
● Redução do número de tickets (de 26 ou 30, passa para 23 ou 27 – perda de 3 dias de vale)
● Aumento da coparticipação do vale alimentação (de 0,5%, 5% e 10% para 5%, 10% e 15%, a depender da faixa NM do trabalhador)
● Retirada do Vale Peru
● Retirada do Vale Cultura
● Redução de um ano de auxílio creche – benefício valia para filhos de até 7 anos de idade, agora querem passar para 6
● Plano de Saúde com mensalidade e retirada dos pais como dependentes, conforme a empresa deu a entender em sua apresentação
● Salário passa a ser pago no 5º dia útil, e não mais no último dia útil de cada mês
● As multas de trânsito serão arcadas pelos trabalhadores motorizados
● Fim do parcelamento do adiantamento de férias
● Retirada do anuênio dos novos trabalhadores
● Exclui a cláusula do ticket em caso de afastamento
● Restrições às indenizações em acidentes de trabalho
Ataques às condições de trabalho
● Exclui a cláusula da entrega matutina
● Corte do intervalo de 10 minutos de quem trabalha nos terminais computadorizados
● Ataque à organização sindical: sindicatos e federação com apenas dois liberados
● Fim da obrigatoriedade da emissão da CAT em caso de assaltos
● Fim do pagamento das consultas e medicamentos aos portadores de HIV
● Sem novo concurso público, e continua com o Plano de Demissão Voluntária – PDV
Além de todas as ameaças, a empresa não se comprometeu a assinar um acordo dizendo que os Correios não serão privatizados. Já sabemos que a privatização é o interesse da empresa e do governo Temer, e é só com luta que iremos barrar a venda dos Correios para a iniciativa privada!
A ECT mede a insatisfação da categoria a partir das assembleias. Portanto, devemos lotar as próximas assembleias que acontecerão no Paraná entre os dias 5 e 9 de setembro. Vamos mostrar que iremos reagir a ameaça de todos esses ataques!
Se a ECT não recuar em seus ataques, vamos deflagrar GREVE a partir do dia 14 de setembro, às 22 horas. Vamos à luta!