Milhares de mulheres, homens e crianças seguem morrendo na Síria, vítimas de uma guerra iniciada em 2011. Os governos na região do Oriente Médio e os governos das economias dominantes como os EUA sendo seguido de maneira submissa pelos governos da Europa, não estão preocupados com o genocídio que já completa 8 anos, seu interesse é garantir os interesses do Capital.
O governo na Síria, seus aliados e o governo dos EUA junto com a França e o Reino Unido escondem sua verdadeira intenção em discursos de combate ao terrorismo, quando na realidade o que querem é garantir que os interesses capitalistas sejam preservados.
A consequência disso são mais de 500 mil mortos na Síria e mais de 5 milhões de refugiados que sem emprego, sem casa buscam a sobrevivência em outros países e lá sofrem a violência imposta pelas cercas das nações.
São tratados como ilegais e pior como se fossem responsáveis pela precarização das relações de trabalho e pelo desemprego daqueles que vivem no país onde esses que fogem da guerra buscam refúgio.
A realidade é que o Capital se aproveita de tudo o que uma guerra e suas consequências podem provocar: impõem míseros salários aos refugiados, sem nenhuma garantia de direitos e assim conseguem arrochar os salários e piorar as condições de trabalho do conjunto dos trabalhadores. Para o Capital as cercas das nações servem para intensificar e ampliar a opressão e a exploração.
O Capital libera e consente que sua direita fascista ataque muçulmanos como se esses por professarem uma religião sejam terroristas e quando não há a religião para se esconder, os governos inventam outras desculpas para justificar a segregação de seres humanos.
Refugiados da Síria
Quando a arma principal não é a bomba ou o míssil, mas a fome: na Venezuela, um país bombardeado não diretamente pelas armas, mas por bloqueios econômicos, patrocinados pelas economias dominantes, obriga milhares de homens, mulheres e crianças a fugir de outra forma de atentado a vida: a fome.
São milhares de venezuelanos que buscam a sobrevivência no Brasil. Na fronteira criada para nos dividir em nações, centenas de seres humanos saem todos os dias da Venezuela e chegam em Roraima buscando sobreviver.
Refugiados da Venezuela em Roraima
Fronteiras dentro de uma mesma nação: o governo municipal de São Paulo, numa propaganda hipócrita travestida de “acolhida” dos venezuelanos, os colocou num abrigo na zona sul da cidade, ao mesmo tempo em que expulsou desse mesmo abrigo, aqueles que vagam pelas ruas, sem direito a casa, comida, nada.
João Dória do PSDB mostra bem o ódio e o interesse de classe da burguesia. A acolhida de fato é para o Capital que se utilizará da força de trabalho dos venezuelanos como já o faz por exemplo, com tantos bolivianos que são vítimas das grandes marcas de confecção, trabalhando em situações análogas à escravidão.
Esse é mais um exemplo da violência do Estado, que tenta impor uma hierarquia entre os seres humanos, se são muçulmanos, logo são terroristas, se são imigrantes, logo são saqueadores dos empregos daqueles que nasceram no país onde buscam abrigo, se moram na rua, para esse Estado, não são seres humanos.
Fronteiras de classe: no dia 17 de abril de 1996 no Brasil, dezenas de trabalhadores rurais foram assassinados pelas armas da repressão do governo do PSDB no estado do Pará. Seu crime? Lutar para que a terra seja um bem comum e não propriedade privada de poucos.
Eldorado dos Carajás/PA
As fronteiras das nações tentam nos dividir, a classe deve nos unir: o Capital e seu Estado tentam nos dividir em etnias, gênero, nacionalidades, culturas, para tentar esconder o que não há como nos dividir: sejamos negros, brancos, indígenas, imigrantes forçados pelas cercas das nações, cristãos, muçulmanos ou professemos outra fé, sejamos homens, mulheres, heterossexuais ou homossexuais, quem sofre direta e intensamente os ataques do Capital e de seus governos, é a classe trabalhadora, que desprovida dos meios de produção, sofre com os baixíssimos salários, com o desrespeito aos direitos, com a falta de emprego, de moradia, de comida, de proteção a integridade da vida.
É preciso enxergar o que os instrumentos do Capital tentam ocultar e como classe, juntos nos colocar em movimento e lutar contra esse sistema que fere e mata.