O resultado da eleição no Brasil não significa de forma nenhuma que os trabalhadores escolheram um fascista que odeia pobres, negros, homossexuais e quer acabar com os direitos trabalhistas. Mas foi esse o candidato eleito, sustentado na mentira e com o máximo de empenho da burguesia seja ela industrial, agrária ou financeira.
A burguesia decidiu trocar o gerente de seus interesses na máquina do Estado, pois, precisava agora de um governo que acelerasse e aprofundasse ainda mais os ataques a classe trabalhadora, por isso deixou de usar o PT e buscava novamente o PSDB para a presidência da República, mas quando viram a candidatura de Alckmin derreter não tiveram dúvida em se empenhar na candidatura de Jair Bolsonaro.
Um governo quer tem como objetivo acabar com os direitos trabalhistas, fazer mais uma reforma da Previdência que aumente a idade para aposentadoria e abra espaço para o sistema financeiro com suas previdências privadas e piore ainda os serviços públicos na saúde, educação, segurança. Tudo isso carregado de muita violência contra as Organizações de luta da classe trabalhadora.
Com muita mentira financiada pelos patrões, Bolsonaro se escondeu nas redes sociais, fugiu de todos os debates e assim enganou uma grande parte da população que sofre com o desemprego, com o arrocho nos salários, com a carestia que atinge a grande maioria dos trabalhadores.
O Partido dos Trabalhadores ganhou quatro eleições consecutivas, submetendo-se a conciliação de classes, o que significou uma derrota nada pequena para os trabalhadores, principalmente porque fez retroagir a consciência da classe o que potencializou o discurso mentiroso de um militar saudoso da ditadura que se inscreveu prometendo ser o salvador da pátria.
Pensando estar aceito pela burguesia, o PT, como todos os outros governos se enlameou também na corrupção e agora paga uma fatura que não é só sua. A burguesia liberou o investimento necessário para que um deputado que está a 28 anos na Câmara dos deputados, votando contra os direitos dos trabalhadores, espalhando ódio e preconceito contra mulheres, negros e homossexuais e também se submetendo a corrupção, posasse como um incorruptível.
Para avançar contra os direitos dos trabalhadores, Bolsonaro pretende avançar com a reforma trabalhista e criminalizar os Sindicatos e movimentos sociais. O discurso carregado de ódio de classe que fez trancado em sua casa, em que diz que para os vermelhos o que sobra é a cadeia ou o exílio, tem como objetivo atacar mais do que PT, atacar as Organizações que não arredaram o pé de lutar junto à classe trabalhadora.
PARA DESGRAÇA DA BURGUESIA, NÓS SOMOS MUITOS E QUANDO ESTAMOS JUNTOS, NÃO TEM PRECONCEITO, ÓDIO E VIOLÊNCIA QUE NOS DERRUBE.
Foram mais de 47 milhões de pessoas que votaram contra Bolsonaro, nós estamos entre eles, votamos 13 para continuar lutando contra os ataques de qualquer governo, inclusive do PT.
Mais de 30 milhões de pessoas não foram votar, mais de 2 milhões votaram em branco e mais de 8 milhões anularam seus votos. São milhões que disseram NÃO para o que quer a burguesia com seu candidato fascista.
A direita que de tempos em tempos é liberada pela burguesia para destilar seu ódio de classe e seu preconceito, é responsável pelo aumento da violência e das mortes provocadas por alguns apoiadores de Bolsonaro que acham que têm carta branca para matar. Mas eles não vão nos paralisar, nós vamos nos cuidar e enfrentar nos locais de trabalho, estudo, moradia e nas ruas, o ódio daqueles que se enriquecem na exata medida que ampliam a exploração e a opressão contra os trabalhadores.
Mestre Moa assassinado em Salvador, a travesti Priscila assassinada em São Paulo, o jovem Charlione assassinado no Ceará ao lado de sua mãe, vítimas do ódio daqueles que não suportam a alegria, a diversidade e a dignidade, não serão esquecidos, vão continuar vivos em nossa luta que segue.
Nós da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, vamos seguir ampliando as trincheiras de organização e luta da classe trabalhadora e vamos construir com todas as Organizações que de fato estejam dispostas a lutar contra o fascismo que representa o projeto de Bolsonaro e sua equipe a devida unidade para enfrentar o brutal ataque que a burguesia e seu aparato no Estado querem contra a classe trabalhadora.
Cuidar de cada um e de todos da nossa classe. Daquele que foi morar na rua porque não tem como ter mais moradia e é agredido pela repressão do Estado, do trabalhador e da trabalhadora que luta com seu Sindicato por seus direitos, do professor e da professora que forem censurados nas Universidades ou em qualquer escola por exercer seu ofício que é ensinar, dos nossos que são jovens, negros, mulheres, homossexuais que estão sendo mais agredidos por aqueles que há tempos estão querendo destilar seu ódio e suas balas carregadas de preconceito. É hora de cuidar e lutar muito mais com as Organizações de nossa classe, pelos direitos e pelo direito de lutar.
Não vão nos calar, nem nos paralisar, contra as armas do Capital e seu Estado, nossa arma vai ser revelar aquilo que tentaram esconder de nossa classe e fortalecer a resistência e a luta do conjunto dos trabalhadores.