A violência policial contra as famílias que residem no local foi crescendo a partir da morte de um policial na mesma semana. Policiais à paisana começaram a entrar nas casas, revirar e atear fogo que se espalhou rapidamente, fazendo com que os moradores tivessem que sair às pressas e perdessem o pouco que tinham.
A população trabalhadora desta região luta há muito tempo pelo seu direito a moradia. Recentemente fizeram uma manifestação em frente a prefeitura de Curitiba, reivindicando providências para regularização das áreas ocupadas, mas o governo municipal nada fez até agora. É esta região também uma das mais desassistidas em educação e saúde e outros serviços pelo poder público.
A miséria tanto na cidade de Curitiba quanto no país é crescente. A riqueza que todos produzimos com o nosso trabalho fica nas mãos dos ricos e gera cada vez mais miséria. Só no último ano, o número de pessoas em situação de pobreza aumentou em 2 milhões, já os 10% mais ricos concentram hoje mais de 40% da riqueza.
São as famílias dos trabalhadores que perderam sua renda e emprego no último período que vivem em moradias precárias e em situação de rua, são parte da nossa classe trabalhadora.
Por isso, mais do que repudiar a violência e intolerância do Estado contra essas famílias, como também repudiar o ataque ao morador de rua que foi queimado com gasolina recentemente no centro da cidade, é preciso fortalecer nossa solidariedade de classe.
Repudiamos a violência policial contra a população marginalizada, nos solidarizamos com os trabalhadores e suas famílias na luta pela moradia digna e melhores condições de vida e exigimos que a governo regularize a situação de moradia das famílias atingidas e garanta assistência imediata neste momento.
Em cada arrecadação de alimento, roupas, a cada presença na Ocupação, se demonstra a solidariedade de classe, instrumento fundamental para avançar na luta por condições dignas de vida e trabalho.