Nos dias 08 e 09 de dezembro, na cidade de Campinas/SP, a Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora realizou sua Plenária Nacional, reunindo trabalhadores vindos de todas as regiões do país, presentes nos mais diversos ramos, seja nas indústrias, nos bancos e em todas as esferas do Estado.
Para além das categorias, de sermos metalúrgicos, têxteis, sapateiros, químicos, radialistas, bancários, professores, trabalhadores do Estado, a cada momento como esse em que nos reunimos, se reafirma que é na organização que rompe com as cercas das categorias que avançamos em nossas lutas.
Nos encontramos vindos das intensas batalhas contra a retirada de direitos, impostas pela reforma trabalhista dos patrões, pelo congelamento dos gastos públicos, pelo aumento do desemprego e da miséria.
Nos encontramos vindos também da intensa batalha contra a ação do Capital que para acelerar as reformas que aumentam a exploração fez de tudo para trocar o gerente de seus interesses na máquina do Estado, o que resultou na eleição de um ex-deputado saudoso e defensor da ditadura militar. O futuro governo já anunciou suas principais medidas contra os trabalhadores: intensificação da reforma trabalhista com novas modalidades de contratação, através da Carteira de Trabalho Verde Amarela, fim do Ministério do Trabalho o que terá como consequência a piora e em muitos lugares o fim da fiscalização das condições de trabalho, provocando mais adoecimento, mortes e o desrespeito aos direitos, reforma da Previdência, doutrinação nas escolas públicas para que se transformem em linhas de produção de seres alienados e servis aos interesses do Capital, retrocesso nas política públicas de combate a violência de gênero, ao preconceito racial e à homofobia.
O momento é de intensos ataques aos direitos básicos e também às Organizações de defesa e luta dos trabalhadores, portanto o caminho para atravessar esse turbilhão segue sendo o fortalecimento de nossa organização a partir dos locais de trabalho, estudo e moradia. Construir a resistência necessária e avançar a um patamar superior de mobilização que garanta as condições para a construção da necessária greve geral contra a retirada de direitos, o desemprego e a miséria que atinge milhões de nossa classe.
Uma de nossas principais tarefas segue sendo enraizar nosso trabalho de base, para mostrar cada vez mais que as reformas impostas pelos patrões e seu governo têm como objetivo ampliar jornadas, diminuir salários, retirar direitos, precarizar as condições de trabalho e manter as demissões, o que terá como consequência a piora brutal das condições de vida e trabalho do conjunto de nossa classe.
Combinado ao trabalho de organização pela base nos locais de trabalho, estudo e moradia, manter e fortalecer as mobilizações, pois é assim junto à classe que se criam as condições necessárias para a construção da greve geral.
Nossa unidade com outras Organizações do movimento sindical e popular continuará sendo a partir da pauta que enfrente as reformas já em andamento e as que já foram anunciadas pelo futuro governo que têm por objetivo atacar direitos e criminalizar as Organizações dos Trabalhadores e demais movimentos sociais. Unidade na construção real do processo de mobilização, comitês, fóruns ou frentes farão parte de nossas ações a partir da construção desses espaços nas regiões e categorias, condição básica para ampliar as lutas nos locais de trabalho e nas ruas.
É no passo firme e juntos com a classe e não em seu nome que vamos atravessar o turbilhão e com nossa Organização contribuir na reorganização e luta do conjunto da classe trabalhadora.
É de mãos dadas com a nossa classe, ombro a ombro que vamos enfrentar os ataques dos patrões e seus governos aos direitos e a vida do conjunto dos trabalhadores.