Na semana passada, grileiros invadiram uma terra indígena em Rondônia, dizendo que a ordem “veio de fora” e que além deles outros iriam chegar. Ainda em janeiro outra terra indígena foi invadida por madeireiros no Pará. Órgãos como FUNAI, Polícia Federal, Ibama entre outros foram procurados pelas lideranças indígenas de Rondônia, mas até agora nada fizeram.
Em janeiro, dezenas de ataques a mulheres em que mais de 20 foram assassinadas e outras foram brutalmente agredidas, na maioria dos casos, o agressor e assassino era ex-marido ou ex-namorado. Isso não começou agora, só aumenta e as políticas dos governos estimulam ainda mais a violência e a impunidade. Em São Paulo, mulheres agredidas e ameaçadas, não tem uma Delegacia da Mulher funcionando 24 horas porque o governador João Dória do PSDB se recusou a assinar decreto que determinava esse horário de funcionamento e em outras regiões, a mesma realidade de falta de assistência e abrigo às mulheres vítimas da violência.
No dia 15 de janeiro, Bolsonaro assina o Decreto que flexibiliza a posse de armas no Brasil, em seu discurso o verdadeiro objetivo da medida: muitos elogios à bancada da bala que denominou “bancada da legítima defesa”. No discurso do presidente exemplos que demonstram o objetivo de estimular ainda mais a violência no campo, ao se dirigir a ministra da Agricultura, o presidente cita os ruralistas, relacionando porte de armas a quantidade de propriedades.
Na semana passada, mesmo voltando atrás na medida, o governo através do Ministério da Educação publicou edital em que desobrigava as editoras de livros didáticos a garantir conteúdo que tratasse de Direitos Humanos, combate a homofobia e à violência de gênero. O edital também retirava a obrigatoriedade de referências bibliográficas e itens que impediam publicidade de erros de revisão e impressão. Por esse edital, o combate a violência contra mulheres, indígenas, negros, homossexuais sairia dos livros didáticos e entraria a permissão de propaganda de empresas privadas.
Nada está apartado, as ações do governo se combinam, se complementam para tentar consolidar uma política de governo que tem por objetivo liberar geral o ataque aos trabalhadores e seus direitos, invadir terras indígenas e quilombolas, armar ainda mais ruralistas, grileiros, madeireiros, ser conivente com a matança de mulheres e homossexuais.
Enquanto a retórica é de combate à impunidade, os casos de corrupção que envolvem a família do presidente seguem impunes. A política do governo busca principalmente legitimar a impunidade da violência contra o conjunto da classe trabalhadora em seus direitos e vida.