PARA OS PATRÕES: GARANTIA DE CONTINUAREM A DAR CALOTE. PARA OS TRABALHADORES: SE CONSEGUIR EMPREGO, TRABALHAR MUITO MAIS E RECEBER MUITO MENOS

No início dessa semana, o Senado Federal fez a segunda votação da desumana reforma da Previdência e repetiram a carnificina aos direitos da classe trabalhadora iniciada pelo governo Bolsonaro e apoiada pela corja que está no Congresso Nacional.

A proposta votada tanto na Câmara dos deputados, como no Senado, mantém os principais ataques do projeto apresentado pelo governo, ou seja, mais tempo para atingir a idade mínima e a diminuição drástica dos valores das aposentadorias.

Trabalhar mais, receber menos: com a imposição de idade mínima de 62 para mulheres e 65 para os homens, a grande maioria dos trabalhadores que hoje estão bem perto de se aposentar pela regra atual, a partir da promulgação dessa desumana reforma terão que trabalhar no mínimo mais uma década.

Junto a isso o valor das aposentadorias vai despencar, porque também muda a forma de cálculo, se hoje se exclui as contribuições menores pagas à Previdência, a partir da execução da reforma, o valor da aposentadoria passa ser a média de todas as contribuições, ou seja, é trabalhar mais e receber menos.

Mais risco a saúde e a vida dos trabalhadores: a reforma também expõe ainda mais a saúde e a vida dos trabalhadores que são obrigados a trabalhar em situação de risco, pois aumenta a idade e o tempo de exposição à agentes nocivos para se conseguir a devida aposentadoria especial.

Ataque ao conjunto dos trabalhadores, nas empresas privadas e no serviço público: junto a aprovação da reforma que ataca os trabalhadores nas empresas privadas e o funcionalismo público federal, o Congresso Nacional se dedica agora a colocar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que vai tratar da reforma da Previdência dos servidores públicos nos municípios e estados, e se engana quem acha que a PEC vai combater privilégios que estão na estrutura do Estado, a reforma vai atacar quem recebe muito menos que os parlamentares e a corja do governo, ou seja vai atacar quem atende diretamente a população trabalhadora.

Não há nenhuma medida na reforma que combata a sonegação das empresas à Previdência; se hoje indústrias, bancos, grandes comércios, agronegócio, autarquias já devem mais de R$ 500 bilhões, o calote só vai aumentar, pois além de não criarem mecanismos de fiscalização e combate ao calote, o governo Bolsonaro quer é perdoar dívidas de grandes empresários.

Não adianta lamentar, é preciso se fortalecer na luta, como nossos irmãos de classe estão corajosamente fazendo em vários lugares da América Latina: no Chile trabalhadores fazem greve geral, estudantes ocupam a ruas numa intensa luta contra as consequências da reforma da Previdência feita durante a ditatura de Pinochet, lutam contra as consequências das privatizações na saúde e na educação. Iniciamos o ano de 2018 construindo a unidade de ação com Centrais e Organizações Sindicais, movimentos estudantil e popular contra a reforma da Previdência, os cortes na Educação e os demais ataques do governo Bolsonaro, importantes manifestações aconteceram no primeiro semestre, em maio centenas de milhares ocuparam as ruas, mas é preciso muito mais.

A maioria das Centrais sindicais que, antes desse governo, foram subservientes aos governos do PT e por mais de duas décadas aceitaram vários ataques que estão hoje na reforma trabalhista foram até o meio do caminho da mobilização e no segundo semestre se limitaram a tentar fazer pressão no Congresso Nacional, visitando gabinetes e protestando nos aeroportos.

A única pressão capaz de fazer esse governo e sua corja na Câmara e no Senado pararem de atacar nossos direitos é parando o país. Se lamentar e dizer que não adianta mais só vai piorar, pois o governo quer aprofundar a reforma trabalhista e não desistiu de seu sonho de entregar a Previdência para os banqueiros através do projeto de capitalização.

É hora de organizar o que já está em atraso, é hora de se erguer contra tanta miséria, desemprego e ataque aos direitos, é hora de construir a necessária e legítima greve geral.