SANTO DIAS SEGUE PRESENTE NA LUTA DA CLASSE TRABALHADORA CONTRA ESSE SISTEMA QUE EXPLORA E MATA

Há 40 anos um operário era assassinado pela polícia, fazia parte das intensas lutas da classe trabalhadora contra a carestia, as péssimas condições de trabalho e a ditadura militar, lutas que se espalharam por todo Brasil no final da década de 70.

Santo Dias, esse é o nome do nosso irmão de classe, que saiu do interior de São Paulo por não ter mais condições de trabalhar no campo e, chegando na capital, começou a trabalhar como metalúrgico e logo descobriu que mais do que batalhar pela sobrevivência, era preciso lutar junto com seus, contra esse sistema que oprime, explora e mata.

Santos Dias participou ativamente da Pastoral Operária e das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s) e lá avançou em sua consciência entendendo que não bastava apenas constatar a dura realidade da classe trabalhadora, era preciso agir para transformá-la e, por isso, junto a tantos outros companheiros participou das lutas nas fábricas, se organizou no Movimento de Oposição Metalúrgica de São Paulo, que enfrentava os patrões, a ditadura e a direção pelega que estava no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo a serviço dos interesses do Capital.

A greve de 1979 se esparramou por todo o estado de São Paulo e pelo Brasil e os metalúrgicos foram decisivos para essa luta que enfrentou a ditadura miliar que tentava a todo custo conter o movimento dos trabalhadores.

Greve de 79 enfrentou a ditadura dos patrões

Greve de 79 enfrentou a ditadura dos patrões

Greve de 79 enfrentou a ditadura dos patrões

Santo Dias foi assassinado pela polícia em frente à portaria da empresa Sylvania, dias antes, a polícia havia prendido dezenas de trabalhadores que faziam partes das comissões de fábricas e estavam, como Santo Dias, na linha de frente da organização da greve. Muitos foram torturados e mesmo torturando e matando, os milicos a serviço dos patrões não conseguiram acabar com essa intensa luta que foi fundamental para derrotar a ditadura e avançar na organização da luta de nossa classe.

Manifestação denunciando o assassinato de Santo Dias

Nos dias de hoje, o Capital tem no Brasil um governo saudoso da ditadura militar que vomita todos os dias seu ódio contra os trabalhadores e seus instrumentos de luta, Bolsonaro tenta com suas reformas e Medidas Provisórias aprofundar a retirada de direitos, o arrocho salarial, o desemprego e a criminalização dos que lutam, e para enfrentar tudo isso não tem outro caminho que não seja o trilhado por nossa classe ao longo de nossa história: foi a luta que que garantiu os direitos que hoje estão sendo exterminados, é só lutando que vamos impedir que eles acabem.

A melhor homenagem a Santo Dias e a tantos dos nossos que foram assassinados é continuar lutando e a luta passa por defender a memória de nossa história como classe, que tanto o Capital e seus capachos no Estado tentam esconder das gerações que vieram depois. A luta de Santo Dias não era uma luta do indivíduo, era a luta de nossa classe: a luta nos locais de trabalho e nas ruas em defesa dos direitos, contra o desemprego e a miséria, a luta para varrer os pelegos que ainda estão em vários sindicatos à serviço dos patrões, a luta contra os governos servis aos interesses do Capital continua sendo o único caminho capaz de acabar com esse sistema que oprime, explora e mata.

Ana Dias, companheira de Santo Dias e sua filha, a firme batalha nesses 40 anos para manter viva a memória e contribuir na luta do conjunto da classe trabalhadora