No Chile, mais de 15 mil pessoas foram detidas pela Polícia, mais de 11 mil foram atendidas nos hospitais com ferimentos provocados pela repressão nas manifestações, mais de 200 pessoas tiveram ferimentos graves nos olhos provocados pelas balas disparadas pela polícia, mais de 20 pessoas foram assassinadas, diretamente nas manifestações ou em outros lugares, como a artista Daniela Carrasco, 36 anos, que foi encontrada morta amarrada nas grades de um parque em Santiago; Daniela foi violentada e enforcada, e como a jornalista que cobria as manifestações mostrando a repressão do Estado imposta pelo governo de Sebatian Piñera, Albertina Martinez Burgo, de 38 anos, foi encontrada morta dentro do apartamento onde morava. O número de denúncias de violação e estupros cometidas pelas forças da repressão aumenta a cada dia.
Na Colômbia, os trabalhadores ocuparam as ruas numa grande greve geral iniciada no 20 de novembro, a greve continua contra as medidas do governo Iván Duque, que tenta impor reformas que aumentam a idade para aposentadoria e reduzem o salário mínimo para os jovens, a luta também é contra a repressão do Estado que tem a cada dia feito mais vítimas. Desde o início das manifestações, são mais de 2 mil feridos e 4 mortos, entre os assassinados, está Dilan Cruz, de 18 anos, Dilan foi atingido na cabeça por um cartucho de gás lacrimogênio lançado pela polícia de choque. Dilan se formaria no ensino médio no mesmo dia de sua morte.
Na Bolívia, desde o golpe patrocinado pela burguesia, a autoproclamada presidente do país, Jeanine Áñez, além de autorizar a participação das Forças Armadas na repressão contra as manifestações, os isenta de responsabilidade criminais, ou seja, é licença para matar quem está nas ruas lutando contra o golpe. Já são mais de 700 feridos e dezenas de mortos.
Em todos esses países, os governos tentam se utilizar da repressão para acabar com as manifestações e seguir sua agenda que tem por objetivo aumentar a desigualdade social, impor reformas que agradem os investidores estrangeiros, que nada mais são que os representantes dos grandes capitalistas que se enriquecem, às custas do aumento da exploração contra os trabalhadores e do sucateamento de tudo que é público.
Aqui no Brasil, o governo Bolsonaro tenta impor as mesmas medidas: é para isso que serve sua desumana reforma da Previdência, é para isso que servem suas Medidas Provisórias que isentam os ricos, taxam os pobres e retiram direitos dos trabalhadores, é para isso que servem seus projetos lei de isentar de culpa as forças de repressão do Estado para agirem contra as manifestações.
Além de denunciar a repressão do Estado contra nossos irmãos de classe, é preciso aqui no Brasil, reagir contra as medidas de Bolsonaro, é preciso fortalecer a luta que se espalha pela América do Sul contra a política de retirada de direitos e miséria impostos pelos governos capachos do Capital.