Se durante a campanha para eleições, Bolsonaro já vomitava seu ódio contra as mulheres, chegando a tentar diminuir a violência e o crime que é o estupro ao falar que “mulheres feias não mereciam nem ser estupradas, ” atacando uma deputada federal, e ao se referir à sua filha, a única mulher entre seus cinco filhos, como uma “fraquejada”, agora, como presidente tenta institucionalizar em seu governo, o ódio e a violência contra as mulheres.
Recentemente Bolsonaro vomitou mais machismo e violência ao atacar a jornalista Patrícia Campos Mello responsável pelas matérias que mostram as fake news disseminadas por sua campanha.
Para tentar fugir de responder por sua relação e de seus filhos com a milícia, órgão oficioso, paraestatal que tortura e mata muitos daqueles que vivem nas periferias do país, para tentar colocar embaixo do tapete as mentiras que o elegeram, Bolsonaro afirmou em entrevista, que a jornalista ofereceu sexo em troca de informações, ou seja, é a mentira utilizada para agredir e caluniar, é o ódio de quem vive na bestialidade, que defende que mulheres são seres inferiores aos homens.
Mais do que um desrespeito às regras básicas em que deve estar subordinado um presidente da República, Bolsonaro não faltou apenas com o decoro; seu governo, dia após dia impõe uma política que ataca os direitos e a vida das mulheres trabalhadoras:
Na reforma da Previdência, simplesmente negligenciou a dupla jornada de trabalho que as mulheres trabalhadoras são submetidas e aumentou o tempo de idade para aposentadoria; no caos imposto ao INSS por conta da imposição de seu governo de não realizar concurso público, a fila de atendimento só aumenta, e milhares de trabalhadoras não conseguem sequer receber o salário-maternidade a que tem direito.
Bolsonaro, através de sua ministra-pastora, Damares Alves que tenta impor sua vontade e moral, utilizando-se da religião alheia, é conivente com a violência e o ataque à vida de milhares de meninas que são abusadas sexualmente, é isso que significa sua tentativa de impor como natural a submissão de mulheres aos homens e o lançamento de uma absurda campanha de abstinência sexual.
Ao tentar afirmar que o problema da gravidez precoce está na negação da abstinência, e não na falta da devida orientação sexual e acesso à métodos contraceptivos e mais do que isso, no combate rigoroso que o Estado deveria garantir contra o abuso e a violência cometida contra crianças e jovens, o governo afirma sua conivência com a violência, o estupro e morte de milhares de meninas e mulheres.
Além de cortar os devidos investimentos na área de saúde da mulher, de não garantir os devidos métodos contraceptivos, o governo quer exterminar nos espaços da educação, a devida orientação sexual, e dessa forma é cúmplice da violência que tira a dignidade e vida das mulheres.
Esse é o governo que diz através de seu ministro da economia, Paulo Guedes, que é um absurdo trabalhadoras domésticas viajarem para outro país e levarem seus filhos para os parques de diversões sempre reservados para os filhos da burguesia.
Os casos de feminicídio aumentaram em 2019, um aumento de mais de 40% e os órgãos de repressão do Estado, sob o governo Bolsonaro se sentem livres para, além de serem conviventes com a violência contra as mulheres, ampliar nos espaços já marcados pela misoginia e aversão aos pobres, como as delegacias, mais violência.
A tentativa do governo Bolsonaro, de militarizar as escolas públicas, tem por objetivo adestrar os jovens aos interesses daqueles que vivem de explorar os mais pobres e também, impor como natural a submissão e a violência contra as mulheres. Algumas escolas já na onda alienante e machista desse governo tem tentado impor como as alunas “devem” se vestir, potencializando a violência de gênero, onde às meninas é imposto a submissão ou então o escarnio de ser acusada por tudo e qualquer coisa por simplesmente serem mulheres e aos meninos a ignorância que tenta impor como natural a desigualdade e por consequência, o desrespeito à mulheres.
Contra tanto desrespeito e violência que dia a dia esse governo pratica contra a todos que fazem parte da classe trabalhadora e com requintes de crueldade contra mulheres, negros, indígenas, LGBTS, não tem outro caminho que não seja nossa ousadia em viver e por isso lutar.
Não é o sexo e nem a cor que nos define, não é o gênero que nos afirma, mas sim nossa coragem de existirmos sendo mulheres e trabalhadoras. Mulheres trabalhadoras que lutam por suas filhas e filhos, por suas mães, pais, irmãos, que lutam por seus iguais de classe. Mulheres que enfrentam o machismo imposto aos homens de nossa classe, mulheres que lutam ombro a ombro e não atrás, trabalhadoras que não fraquejam e estão no mundo afirmando mais do que o direito sobre seu próprio corpo, afirmando que estão na luta por um novo mundo sem machismo, opressão e exploração.
Nosso 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Trabalhadoras, será um momento de fortalecer a luta do conjunto da classe trabalhadora no Brasil contra esse governo misógino, homofóbico, racista, que odeia os trabalhadores. Denunciar a violência e as mortes das mulheres, negros, LGBT’S, indígenas que têm a digital desse governo, e além disso, nos nos locais de trabalho, estudo e moradia fortalecer a luta contra as ações do governo que através de sua desumana reforma da Previdência, de suas medidas provisórias quer exterminar os direitos do conjunto da classe trabalhadora.