MAIS DE 14 MIL MORTOS, MAIS DE 200 MIL CONTAMINADOS

O Brasil já superou países da Ásia e Europa em número de mortes diárias pela COVID 19. Desde a primeira morte em 17 de março até agora já são mais de 14 mil mortes e mais de 200 mil contaminados e os números são maiores porque a subnotificação dos casos continua.

A pandemia escancara a consequência de uma sociedade dividida em classes, enquanto os ricos usam seus jatinhos particulares em busca de atendimento privado para doença, os trabalhadores e os mais pobres morrem porque não há respiradores suficientes nos hospitais públicos sucateados por todos os governos e ainda mais pelo governo genocida de Bolsonaro.

O asqueroso Bolsonaro tripudia as mortes e a dor de quem perdeu filhos, mães, pais, avós, irmãos e amigos. Milhares perderam seus entes queridos não só pela doença provocada pelo novo coronavírus, mas também por conta da política desse governo que 24 horas por dia defende o fim do isolamento, que continua sendo a única arma para combater a disseminação do vírus.

Na semana em que o Brasil registra mais de 800 mortes num dia, Bolsonaro novamente chama os empresários, dessa vez uma reunião com a maior federação patronal do país, a FIESP, para avançar em seu plano genocida de acabar com o isolamento social e retomar todas as atividades não essenciais nesse momento de pandemia. 

O chamado à guerra que Bolsonaro fez aos empresários nessa reunião vai muito além de se contrapor às medidas sobre isolamento social feitas por prefeitos e governadores, o que o governo realmente quer é avançar no ataque aos trabalhadores, impondo como permanentes suas medidas provisórias que retiram direitos, diminuem salários, mantém as demissões e avançar nas privatizações e na destruição do serviço público. 

Quando Bolsonaro fala que a situação no Brasil pode desembocar para saques e movimentos de desobediência civil, ele tenta justificar o que pretende fazer: intensificar a repressão contra os que lutam contra a política de morte de seu governo, um governo que, mais do que saudoso da ditadura militar, cada vez mais militariza os espaços do serviço público.

Dados do próprio Ministério da Economia mostram que já são mais de 7 milhões de trabalhadores que tiveram seus salários reduzidos por conta da MP 936, o governo não fala que a grande maioria das empresas demitiu antes, durante e depois da utilização das Medidas Provisórias.

Isso mostra que essas Medidas Provisórias que os patrões e algumas centrais sindicais, como a Força Sindical e a UGT, querem que se tornem permanentes são um ataque brutal à classe trabalhadora que ficará mais empobrecida, seja pela redução dos salários, seja pelo desemprego.

No mesmo dia que Bolsonaro se reúne novamente com empresários para avançar contra a classe trabalhadora, seu governo lança mais uma Medida Provisória, dessa vez para tentar proteger os atos de seu governo durante a pandemia.

Bolsonaro, ao encaminhar a MP 966, tenta proteger a si próprio e seu governo de responsabilização dos atos que fizerem durante a pandemia, o que o governo denomina de proteção à agentes públicos no combate a pandemia, na realidade é a busca de proteção para os atos de seu governo que seguem na contramão do que é necessário ao combate à pandemia.

Não há outro caminho para enfrentar a barbárie provocada pelos capitalistas e seu capacho governo que não seja o fortalecimento de nossa luta como classe trabalhadora, dos que estão nas fábricas, bancos, comércio, campo, no serviço público, na informalidade e desempregados.

Manter e ampliar a resistência em cada local de trabalho contra os ataques patronais que tentam impor as MPs e ao mesmo tempo continuam a demitir, avançar na organização que extrapole os muros das categorias para fortalecermos a mobilização do conjunto dos trabalhadores, é a tarefa urgente para enfrentar os patrões e seu governo da morte.