Eliezer Mariano da Cunha é daqueles seres humanos que transbordam vida, amor, solidariedade, firmeza e compromisso com a luta da classe trabalhadora, é um imprescindível para aqueles que acreditam, lutam e dessa forma contribuem de maneira decisiva para construção de uma outra e nova sociedade, onde não haja exploração, nem opressão.
Eliezer começou a trabalhar na roça e foi pelos ensinamentos do seu pai, seu Jurandir, que iniciou seu processo de consciência, luta e solidariedade. Na juventude chegou em Campinas/SP e desde então é um operário metalúrgico, participou ativamente da Pastoral Operária e da Oposição Metalúrgica, junto com sua classe derrotou os pelegos que estavam no Sindicato dos Metalúrgicos a serviço da burguesia e de seu governo militar.
Eliezer foi parte da construção do Partido dos Trabalhadores e da Central Única dos Trabalhadores e com a mesma determinação e firmeza que ajudou a construir esses instrumentos, rompeu com eles, quando esses se transformaram em seu contrário e junto conosco se manteve firme na construção de nossa Organização Política a Alternativa Sindical Socialista (ASS) e na consolidação de nossa Organização sindical, a Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora.
Eliezer é único, uma energia inabalável, nas madrugadas das portas de fábricas, nos piquetes e greves e na organização da classe trabalhadora. Correu de ponta a ponta esse país, contribuiu na retomada pelas mãos dos trabalhadores de Sindicatos que se transformaram em instrumentos de luta.
Eliezer nos ensinou que a disciplina, a firmeza e o compromisso com a luta por uma outra e nova sociedade não se faz com discursos ou com uma teoria dissociada da prática cotidiana junto a nossa classe. Ele nos ensinou o salto daqueles que colocam a teoria em movimento e junto a classe vão dando os passos para maior de todas as nossas lutas.
A vida desse camarada gigante em solidariedade, afeto e firmeza foi marcada pelo compromisso junto a sua classe, a intensidade dessa vida dedicada a luta não se vai. Hoje, 18 de Maio de 2020, uma dor intensa provocou um infarto fulminante no nosso irmão, irmão porque na luta da classe trabalhadora encontramos mais irmãos que sonham os mesmos sonhos e firmemente lutam para os tornar realidade.
O coração dele parou de bater no corpo, então declararam sua morte no meio da tarde de hoje, mas o coração e vida desse camarada que nos ensinou a sermos firmes no enfrentamento contra o Capital e seu Estado não morrem, estarão em cada um de nós na luta por uma sociedade sem exploração e opressão, uma sociedade socialista, foi a isso que ele dedicou sua vida é isso que ele mais do que espera, tem a certeza de que vamos seguir.