No domingo, dia 16 de agosto, novamente vimos a hipocrisia e a conivência com crimes contra as crianças se escancararem tentando se travestir de “luta em defesa da vida”.
Um grupo de católicos e evangélicos ultraconservadores, entre eles parlamentares, se reuniu em frente a um hospital em Recife/PE para tentar impedir o direito de uma criança a viver sua infância. Os que se utilizam da fé alheia para alienar e atacar os direitos das mulheres tentaram impedir que um aborto seguro fosse feito numa menina de 10 anos de idade, que desde os 6 anos é estuprada por um tio. Essa corja de hipócritas tentou invadir o hospital, impedir que outras mulheres que buscavam atendimento entrassem no local e principalmente atentaram contra a vida de uma criança de 10 anos ao buscar impedir a realização do aborto.
A criança que mora no Espírito Santo teve que ir para Recife, porque o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes em Vitória, desrespeitando um direito fundamental, se recusou a realizar o procedimento.
Cúmplices e criminosos: na tarde desse mesmo domingo, a seguidora de Bolsonaro, que até pouco tempo atrás estava na cadeia por manifestações que atentam contra as liberdades democráticas, novamente cometeu mais um crime, Sara Winter divulgou o nome da criança e do hospital onde o aborto foi feito. Essa é a mesma que junto a ministra Damares Alves defende o fim de direitos básicos garantidos às mulheres, entre eles o direito ao aborto legal e seguro.
O movimento de mulheres em Recife assim que soube de mais essa barbaridade se reuniu em frente ao hospital em protesto exigindo que o direito da criança fosse respeitado, o repúdio à corja hipócrita e cúmplice se espalhou rapidamente pelo país.
Essa é mesma corja que não berra exigindo punição para estupradores, é a mesma corja que ataca meninas, adolescentes e mulheres adultas tentando as responsabilizar por abusos e violência sexuais, ao mesmo tempo em que tenta esconder a podridão de vários pastores e padres que violentaram crianças e tentam fugir de responder por seus crimes.
Uma corja que diz defender a vida, mas sempre foi indiferente a centenas de milhares de crianças que vagam pelas ruas, que passam fome, a corja conivente com a opressão que submete mulheres que arranca a vida e a infância de tantas meninas pelo mundo afora.
Uma corja que se acha agora fortalecida por um governo que trata as mulheres como se fossem um objeto a ser comercializado. Nunca vamos esquecer da fala nojenta de Bolsonaro que diz que os turistas continuam sendo bem-vindos ao Brasil desde que seja para fazer sexo com mulheres, que o país não pode ser “um paraíso gay” e que ter uma filha mulher foi uma fraquejada. Bolsonaro e seu governo defendem o fim das políticas públicas mais básicas seja na saúde, educação, assistência que têm por objetivo combater o machismo, a homofobia e cuidar das vítimas da violência.
Mas nesse domingo, a corja foi derrotada, a criança de 10 anos teve seu direito respeitado, o aborto foi realizado com segurança. Agora é preciso lhe devolver a infância, exigir punição ao estuprador e continuar a luta pela ampliação dos serviços públicos de proteção à saúde e à vida das crianças e mulheres. Essa é uma luta de quem de fato defende a vida, portanto deve ser cada vez mais uma luta dos Instrumentos de Organização da classe trabalhadora.