Na semana de agosto em que se registraram as menores temperaturas do ano, dois seres humanos que não têm casa para morar, e que lhes foi retirado os direitos mais básicos, morreram nas ruas da região central da capital de São Paulo, a cidade mais rica do país.
A ação genocida do governo Bolsonaro tem como consequência o aumento das mortes e do adoecimento pelo novo coronavírus, já são mais de 117 mil mortos e mais de 3 milhões de contaminados, mas além do vírus o que mais mata é a desigualdade.
Já são mais de 40 milhões de desempregados no país, as medidas impostas pelo governo permitiram as empresas privadas diminuírem salários, passarem por cima de direitos e continuarem a demitir.
As saídas da crise impostas pelo Capital e seus governos vão praticamente dobrar o número de pessoas que serão jogadas na extrema pobreza no país. Dados da CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) mostram que mais de 80 milhões de pessoas nessa região serão atingidas pela extrema pobreza ainda no ano de 2020.
Governos estaduais e municipais seguem a mesma cartilha: o governador de São Paulo João Dória e o prefeito da capital Bruno Covas, ambos do PSDB, que desde o início da pandemia mais falaram do que de fato fizeram no combate à pandemia, avançam no afrouxamento do isolamento social para atender aos interesses privados dos mais diversos setores da economia, avançam na precarização dos serviços públicos e retrocedem as políticas de assistência social.
Já em julho, movimentos sociais das pessoas em situação de rua denunciavam que a lei sancionada pelo prefeito de São Paulo que garantiria vagas em hotéis para quem está morando na rua não saiu do papel. Além disso, os abrigos não têm espaço para as mais de 30 mil pessoas que moram nas ruas e os locais não garantem a devida higienização e condições dignas de permanência, a consequência disso é, além da disseminação da contaminação pelo coronavírus, o aumento de outras doenças.
A fala asquerosa da presidente do Fundo Social de São Paulo, Bia Dória, esposa do governador de São Paulo, em que diz que não se deve dar comida para quem está na rua, pois segundo essa burguesa, essas pessoas estão “numa situação confortável”, mostram que para os governos subservientes aos interesses do Capital, o que interessa é tentar tornar essas pessoas invisíveis. Foi assim que João Dória estreou na prefeitura de São Paulo jogando jatos d’água em cima das pessoas que estavam no relento na praça da Sé.
Ações de solidariedade a quem não tem o que comer e nem aonde morar são fundamentais, mas mais do que isso é necessário exigir que políticas públicas sejam mantidas e ampliadas na área da assistência e seguridade social e em defesa do emprego, salários e direitos
As empresas seguem com as demissões em massa, milhões estão indo para a miséria e o hipócrita e genocida governo de Bolsonaro o que tem feito é discursar dizendo que não acabará com o auxílio emergencial, mas na verdade o que pretende é diminuir o valor e avançar em medidas que aprofundam a retirada dos direitos trabalhistas, diminuem os salários e facilitam as demissões.
Contra tudo isso não tem outro caminho que não seja a luta dos que estão empregados e desempregados, dos que já nem casa para morar e comida para se alimentar têm, uma luta do conjunto da classe trabalhadora.