A Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora criada em 2006 por centenas de companheiros e companheiras organizados nos Sindicatos, Oposições e coletivos que romperam com a CUT que nascida das intensas lutas das décadas de 70 e 80 a partir da década 90 sucumbe à conciliação de classes, se consolida como um dos Instrumentos que têm contribuído de forma decisiva para reorganização do movimento dos trabalhadores.
Mais do que presentes estamos na organização das lutas imediatas dos trabalhadores nas mais diversas categorias enfrentando os ataques patronais, impedindo a redução de direitos enquanto a maioria das centrais sindicais pelegas sucumbe ao pacto levando os trabalhadores a sucessivas derrotas em que direitos são perdidos, salários são reduzidos e as demissões se mantêm.
Estamos presentes nas lutas gerais dos trabalhadores enfrentando as ações do Capital e de seus capachos governos que na estrutura do Estado permanecem de plantão para impor as medidas anticíclicas para garantir sobre vida a esse sistema que se mantêm às custas de aprofundar a opressão e a exploração, não nos submetemos à conciliação de classe e tão pouco à estratégia de disputa institucional como saída para os problemas da classe trabalhadora.
No cotidiano de nossas ações o empenho para romper com as cercas das categorias para o devido salto de qualidade para a luta do conjunto da classe trabalhadora e isso se faz estando onde nossa classe está, contribuindo para sua organização para lutar desde as questões mais básicas por melhores condições de vida e trabalho.
Nesses 15 anos de existência ampliamos nossas trincheiras de luta, mantendo e ampliando Sindicatos de luta pelo país afora, combatendo os velhos e novos pelegos que ainda estão nas direções da maior parte dos sindicatos submetendo os trabalhadores a sucessivas derrotas.
Somos uma Organização que mais do que reconhecer o quanto o sistema capitalista se aproveita do machismo e do racismo para explorar ainda mais as mulheres e negros de nossa classe, lutamos para avançar tanto dentro como para além da Organização no combate ao machismo, racismo e homofobia.
Dois ex-militantes da Intersindical que recentemente anunciaram sua saída da Organização e que há tempos já não tinham atuação orgânica, lançaram uma carta nos atacando intitulada: “Carta de Desembarque de Dois Proletários Pretos da Intersindical/ASS: Rompendo com o Economicismo, o Centralismo Burocrático e Muito Racismo”.
Nossa Organização não se construiu em nome da classe, mas sim com ela, não nos construímos a partir de autoproclamações, retóricas e teorias dissociadas da prática efetiva com a classe.
Nossa Organização se consolida fazendo a devida autocrítica dos erros cometidos no passado e se firma na coerência entre sua elaboração e ação reafirmando os princípios de independência e enfrentamento em relação ao Capital e seu Estado, organizando a luta a partir da base, reconhecendo as especificidades que existem no interior de nossa classe num esforço diário de combater o machismo, o racismo, a homofobia nas relações cotidianas e para além disso não apartando a luta contra toda forma de opressão, da luta do conjunto de nossa classe.
A Intersindical segue em suas trincheiras combatendo o racismo que se manifesta nas mais diversas formas apropriadas por essa sociedade capitalista. Também não se furtará a aprofundar os estudos sobre a formação social brasileira desde a invasão colonial passando pelos séculos de escravidão, que tem como um dos instrumentos de aumento da exploração e opressão do conjunto da classe trabalhadora o ataque ainda maior à trabalhadoras e trabalhadores negros como força de trabalho fundamental para acumulação do Capital desde sua fase primitiva.
O racismo empurra trabalhadoras e trabalhadores negros para os trabalhos mais precários e insalubres, rebaixando o valor da força de trabalho desses nossos irmãos de classe e aprofundando a exploração e a opressão do conjunto da classe trabalhadora, portanto o combate ao racismo é uma tarefa da nossa Organização.
Vivemos um momento em que novamente o Capital e seus capachos governos se aproveitam de mais uma tragédia que já matou quase 3 milhões de pessoas no mundo, sendo mais de 360 mil só no Brasil, sendo as maiores vítimas os trabalhadores e, os demais processos de genocídio negro continuam através de suas operações policiais, principalmente nas favelas.
Para enfrentar o brutal ataque à vida, mais do que nos referenciar em nossa história, é na força da luta da classe trabalhadora que atravessando séculos enfrentou outras pandemias, regimes de Apartheid, guerras provocadas por esse sistema capitalista e foi capaz de construir grandes greves gerais e revoluções socialistas que nos fortalecemos para seguir enfrentando o Capital, seu Estado.
Seguimos ampliando trincheiras, consolidando Sindicatos classistas e de luta, ampliando Oposições para derrotar as burocracias pelegas, sim seguiremos nos locais de trabalho lutando por estabilidade no emprego, por mais salários e direitos e fundamentalmente em defesa da vida.
Seguimos como nosso camarada Eliezer sempre nos disse: “Falar e escrever sobre a independência de classe não é a tarefa mais difícil, difícil e necessário é colocá-la em prática”, seguimos na difícil e necessária tarefa, avançando em nossa organização, enfrentando o Capital e seu Estado.
E é na presença firme com a classe nos locais em que a opressão e a exploração acontecem que se avança na devida consciência e na organização para as maiores de todas as lutas, a luta por uma sociedade sem explorados e sem exploradores, uma sociedade socialista.