ISSO É O CAPITALISMO: LANÇA SERES HUMANOS À DERIVA NAS RUAS E ALÉM MAR

Enquanto uma parcela pequena e podre dessa sociedade, a burguesia se farta com os lucros produzidos nesse sistema de exploração, milhões sofrem com as guerras impostas pelo imperialismo e com a miséria.

Mais do que tristeza é preciso transformar a indignação em movimento ao ver o menino marroquino que tentou entrar na Espanha pelo mar envolvido em garrafas de plástico em luta contra a barbárie produzida pelo Capital.

As imagens do garoto nadando desesperadamente, chorando e lutando por sua sobrevivência correram o mundo na noite de 20 de maio, mas em todos os meios de comunicação em que a dor desse jovem foi mostrada, não se revela o porquê de milhões de seres humanos tentarem ultrapassar as fronteiras das nações impostas pelos Estados nacionais em busca de melhores condições de vida.

O menino marroquino não chorava por fragilidade, ao contrário, o choro era o da justa revolta de quem luta por viver com dignidade, sua força em nadar e tentar escalar mais um dos muitos muros erguidos pelos governos à serviço do Capital escancara que sob uma sociedade dividida em classes, os seres humanos são divididos entre aqueles que detêm os meios de produção e aqueles que produzem a riqueza dos que ainda dominam economicamente a sociedade.

Os meios de comunicação privados retratam as invasões e guerras no Oriente Médio e Norte da África como se fossem simples disputas entre etnias e crenças distintas para tentar esconder que as guerras patrocinadas pelo coração do sistema capitalista, os EUA têm por objetivo expropriar recursos naturais tão essenciais para o Capital, como o petróleo.

São centenas de milhares que morreram em mais de uma década de guerra na Síria, mulheres e homens trabalhadores, jovens e crianças.

São quase 300 milhões de migrantes pelo mundo afora, e o número de refugiados que fugiram de conflitos, perseguições, violências dobrou de 17 milhões para 34 milhões entre 2000 e 2020.

A cena do menino marroquino sendo preso pelas forças de repressão do governo espanhol em Ceuta, mostra somente uma pequena parte da violência imposta aos jovens e crianças que são grande parte das vítimas dessa sociedade desumanizada pelo Capital.

Nos EUA crianças migrantes são trancafiadas em jaulas e submetidas aos tribunais americanos, muitas crianças seja no EUA, como em vários países da Europa estão sozinhas sem seus pais ou alguém da família, sendo presos ou expulsos, jogados à deriva, como se fossem coisas a serem descartadas.

Nessa pandemia provocada pelo novo coronavírus, os Estados nacionais não conseguiram esconder que o que vale para esse sistema é a produção de valor e mais valor para o Capital. A maior parte das atividades não essenciais nesse momento de pandemia foram mantidas para garantir a produção necessária às demandas do Capital, os ricos ficaram mais ricos, os trabalhadores mais pobres, e entre as mais de 3 milhões de vidas arrancadas nessa pandemia, a maior parte é da classe trabalhadora.

Enquanto para as mercadorias do Capital não há barreiras nas fronteiras, para os seres humanos, para o garoto marroquino e para milhares de jovens, crianças, mulheres e homens trabalhadores muros são erguidos.

Só tristeza e consternação não enxugarão as lágrimas do menino marroquino, só lamentação não retirarão as crianças das jaulas, é preciso se colocar em luta contra a barbárie e enfrentar quem a produz; o Capitalismo. É preciso lutar por uma outra sociedade, onde, de cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades, uma sociedade socialista.