O ESTADO DO CAPITAL PROTEGE ESTÁTUAS QUE HOMENAGEIAM GENOCIDAS E CRIMINALIZA OS QUE LUTAM

No dia 24 de julho, novamente centenas de milhares ocuparam as ruas do Brasil exigindo o fim do governo Bolsonaro, nesse mesmo dia, uma estátua que presta homenagem a um colonizador que escravizou e matou indígenas e negros no país era incendiada, num ato legitimo para desmascarar aqueles que foram alçados à heróis.

Borba Gato, foi um dos muitos bandeirantes que ocuparam essas terras buscando extrair suas riquezas naturais, submetendo homens, mulheres e crianças indígenas e negras à violência e morte.

Desde o dia 28 de julho, o trabalhador Paulo Roberto da Silva, conhecido como Galo, está preso, sendo acusado pela ação de incêndio à estatua do genocida Borba Gato, o entregador de aplicativo conseguiu um habeas corpus no STJ, mas uma outra decisão judicial, transformou sua prisão temporária em preventiva e impôs a prisão de mais dois trabalhadores; Thiago Vieira Zem e Danilo Silva de Oliveira.

Esse é o Estado do Capital que protege aqueles que impuseram a opressão e a exploração e que criminaliza os trabalhadores por escancararem as consequências de uma sociedade dividida em classes.

O Judiciário, braço desse Estado, não se indigna quando índios são expulsos de suas terras, quando são queimados nas ruas, como o caso do indígena Galdino que foi queimado vivo em 1997, não se indigna quando madeireiros avançam sob terras indígenas protegidos por esse governo genocida que quer adestrar e submeter os povos originários aos interesses capitalistas. Se indigna quando as chamas da justa revolta tentam queimar uma estatua que representa a tentativa de extermínio dos povos originários.

Queimar a estatua de Borba Gato muito além de não atentar contra a vida, é uma forma de gritar por milhares que tiveram e têm as vidas ceifadas por um sistema que submete seres humanos ao Capital que se mantém na exata medida que atenta contra a vidas de milhões pela exploração e miséria que produz.

Nos somamos à todas as ações que exigem a liberdade imediata dos trabalhadores presos acusados de forma absurda de atentarem contra um monumento que nega a história, na realidade buscam mostrar a verdadeira história da formação desse país marcado por violência, sangue e genocídio contra indígenas, negros, trabalhadores.