Não foi uma derrota do imperialismo a saída das tropas dos EUA do Afeganistão. Os acontecimentos que se sucederam a partir da retirada das tropas estadunidenses mostram que a volta do Talibã foi consentida pelo imperialismo, foi o governo do EUA o financiador da criação do grupo com o objetivo de potencializar sua disputa com extinta União Soviética.
O Talibã serve desde então para o imperialismo como um instrumento a ser utilizado de diversas formas conforme convém aos interesses capitalistas a cada uma de suas crises cíclicas e periódicas.
Se ao final da década de 90 serviu para derrotar um governo ligado a ex-União Soviética, já no início dos anos 2000 foi eleito pelo EUA como principal grupo terrorista a ser combatido, essa foi a hipócrita argumentação para invasão de um país que além de conter vários recursos minerais entre eles uma das maiores fontes de lítio, é rota estratégica para o caminho do petróleo no Oriente Médio.
Foram mais duas décadas de invasão americana, em que os trabalhadores continuaram a amargar pobreza e violência e agora com a volta consentida do Talibã a violência se potencializa atingindo principalmente mulheres, crianças e claro segue atingindo os trabalhadores e mais pobres.
As cenas de pessoas penduradas em aviões tentando fugir do país chocaram o mundo, como os atentados dos últimos dias, mas devem chocar e causar indignação também a situação de centenas de milhares de mulheres, crianças e trabalhadores que seguem a cada dia como refugiados no próprio país lutando pela vida.
A ação do EUA no Oriente Médio e sua relação com um grupo fanático como o Talibã, mostra que para o Capital tudo que pode lhe ser útil no sentido de sua manutenção e ampliação deve ser utilizado, como o fanatismo religioso que aliena parte significativa da população, que submete e oprime mulheres, que em nome da crença, mata.
Portanto além de denunciar as atrocidades cometidas pelo Talibã é preciso lutar contra a ação do imperialismo que impõe mais miséria, alienação, violência, fome e morte.