Nas últimas semanas os jornais e noticiários da grande imprensa dedicaram espaço em falar da fome no Brasil que tem levado crianças a desmaiarem dentro das escolas e em salas de aula, de adultos que estão morando nas ruas e chegam às unidades básicas de saúde também desmaiando de fome, mas esses noticiários que na forma tentam mostrar comoção pela situação em que se encontram centenas de milhares de crianças e adultos, escondem o conteúdo do porquê a fome e a miséria se espalham aqui e pelo pelo mundo afora.
Durante a tragédia da pandemia que ainda persiste, os capitalistas e seus governos de plantão aprofundaram as medidas de ataque a classe trabalhadora; demissões, redução salarial,retirada de direitos, destruição dos serviços públicos, medidas sempre utilizadas para a busca da saída das crises cíclicas do Capitalismo que só existe na exata medida que submete a maioria à exploração, à fome e à miséria.
É preciso ir à raiz do problema enxergá-lo e enfrentá-lo: a grande imprensa também irá destacar e com mais ênfase do que a fome, que a crise afeta dos pequenos aos grandes negócios, fábricas fecham, comércios decretam falência e baixam as portas, mas pouco falará das grandes corporações multinacionais que também durante a tragédia da pandemia reorganizaram seus negócios buscando a superação da crise e uma nova etapa de acumulação de seus lucros aprofundando os mecanismos de exploração.
Mesmo com falências, recessão, queda na produção, os ricos ficaram mais ricos durante a pandemia no Brasil e no mundo todo. No Brasil o 1% mais rico detém metade da riqueza produzida no país, durante a pandemia novos bilionários surgiram aqui, na Europa, Ásia, no centro do sistema; os EUA e ao mesmo tempo em que grandes indústrias iam ladeira abaixo, outras comemoravam seus lucros em cima da carnificina que arrancou milhões de vidas pelo vírus e pela fome.
No Brasil, o genocida governo de Bolsonaro tripudia sob a fome de milhões, usa da miséria para fazer barganha no balcão de negócios do Congresso Nacional, é isso que significa a utilização de precatórios para o pagamento de míseros R$400,00 de auxílio Emergencial.
O enredo do governo e do Congresso Nacional de que estão preocupados com a fome, não passa de encenação podre daqueles que se aproveitam da tragédia para seus particulares interesses eleitorais.
Estão na máquina do Estado cada qual com sua função de servir aos interesses do grande Capital que tenta a todo custo se manter oculto e impune de seus crimes.
Só comoção em relação a fome de milhões de nada adianta , tristeza que não se transforma em solidariedade não adianta, ações de solidariedade que não se transformam em ação para enfrentar o que causa a miséria também não.
Estamos num momento em que se escancara o que é viver sob o capitalismo, exploração, miséria, violência que mata nossas crianças pela fome, pelas balas da repressão do Estado, barbárie.
Para derrotar e superar esse sistema de morte é preciso defender tudo que garantimos através de nossas lutas por direitos, melhores condições de vida e trabalho, liberdades democráticas e ir além: enraizar a luta nos locais de trabalho, moradia e estudo e como classe trabalhadora derrotar o Capital que só se mantém em pé matando parte de nós seja pelas péssimas condições de trabalho, pela fome e pela repressão.