No dia 24 de maio, a Polícia Militar com o apoio da Polícia Federal executou mais uma chacina numa comunidade pobre no Rio de Janeiro.
A ação do governo estadual de Claudio Castro/PL aplaudida pelo genocida Bolsonaro, matou mais de 20 pessoas na Vila Cruzeiro nessa semana, mataram uma mulher que estava dentro de sua casa, mataram homens e jovens, novamente com o argumento hipócrita de combate ao crime.
A tentativa de justificar o injustificável é a falsa afirmação de que a maioria dos mortos tinham ligação com o tráfico, como se isso justificasse mais uma carnificina provocada pelo braço armado do Estado.
É mais do que um discurso de ódio, é a defesa de uma política de extermínio de vidas humanas, vidas de trabalhadores e jovens pobres e em sua grande maioria negros.
Ao invés de investimento em educação, saúde, seguridade social, os gerentes do Capital na máquina do Estado, consentem e estimulam os defensores da pena de morte que a executam através dos braços armados oficiais e oficiosos através das polícias e suas milícias.
No mês em que se completa um ano da chacina do Jacarezinho em que mais de 20 pessoas foram assassinadas, na Vila Cruzeiro mais uma vez as vítimas são mulheres e homens de nossa classe. Jovens foram assassinados quando clamavam pelo fim do extermínio das vidas nas comunidades pobre do Rio de Janeiro, é o caso do estudante João Carlos Arruda Ferreira, de 16 anos.
Levantamento realizado por Institutos de pesquisa sobre a violência no Rio de Janeiro mostram que o governo de Claudio Castro em um ano já carrega 39 chacinas que mataram mais de 170 pessoas.
Dias atrás antes da chacina na Vila Cruzeiro, a polícia destruiu um memorial às vítimas da chacina no Jacarezinho, é a tentativa de apagar da memória coletiva da população trabalhadora as provas de seus crimes para seguirem impondo o extermínio de vidas da classe trabalhadora. O alvo preferencial da arma apontada pelo Estado tem cor; são negros e fundamentalmente tem classe: são pobres, são trabalhadores.
EM SERGIPE MAIS UM CRIME COMETIDO PELO BRAÇO ARMADO DO ESTADO: Genivaldo de Jesus Santos de 38 anos, um trabalhador negro, pai de um menino de 7 anos foi assassinado por agentes da Polícia Rodoviária Federal na cidade de Umbaúba no Sergipe.
Genivaldo era doente, há 20 anos se tratava de transtornos psiquiátricos e foi morto de forma brutal, trancado numa viatura da PRF asfixiado pelas bombas de gás lançadas pelos agentes da Polícia.
Genivaldo foi morto, por ser pobre, por ser negro, por lutar por sua vida: os relatos de seu sobrinho e das testemunhas que estavam no local do crime, mostram que ele tentou por diversas vezes mostrar as receitas dos remédios que tomava aos policiais que o trancaram na viatura repleta de gás lacrimogênio. Como a esposa de Genivaldo falou, isso não foi uma fatalidade, isso foi um crime.
Barbárie e morte é isso que provoca o Capitalismo e seu Estado: os meios de comunicação privados não conseguem esconder os crimes cometidos por esse Estado capitalista, mas tentam esconder sua essência. Não se trata de ações isoladas de agentes da repressão é uma política imposta pelos gerentes da máquina do Estado que intensificaram suas ações criminosas sob as abas do governo genocida e miliciano de Bolsonaro.
É preciso sim exigir punição aos que mataram na Vila Cruzeiro, é preciso exigir punição a quem matou Genivaldo, mas para além de punir quem apertou o gatilho, quem trancou um homem doente numa viatura cheia de gás lacrimogênio, é preciso punir os que estão na gerência da máquina do Estado que mandam e são conviventes com esses crimes.
Mas, para além de pôr fim ao atual governo da morte e de seus governos auxiliares é preciso transformar a indignação contra a barbárie em luta contra esse sistema que a produz; o capitalismo, um sistema que se mantém na exata medida que espalha a morte seja através das armas do Estado, da miséria e da fome provocada pela exploração.