No dia 27 de março, no início da manhã, um aluno entrou na escola em que estudava e esfaqueou quatro professoras e um aluno. Uma das professoras Elisabete Tenreiro de 71 anos, faleceu.
Os pais dos alunos relataram já terem denunciado os atos de violência na escola e uma semana antes da tragédia premeditada, o adolescente praticou racismo contra um garoto negro o chamando de macaco.
Mais um crime provocado pela alienação que foi potencializada pelo ex-governo Bolsonaro que tanto estimulou o racismo, a misoginia, a homofobia e a violência.
O que aconteceu nessa escola em São Paulo mostra mais do que a ausência de políticas públicas de combate ao racismo e a violência, escancara a conivência do Estado em perpetuar a ideologia que potencializa a segregação e a opressão que impõe a desigualdade à negros, mulheres, LGBT’S.
Seja em São Paulo ou em qualquer outra cidade do país, os sucessivos governos sucatearam as escolas públicas, não garantem condições dignas de trabalho para que professoras e professores possam de fato socializar o saber, não garantem condições às crianças e adolescentes terem acesso ao conhecimento capaz de estimular suas potencialidades e se tornarem seres humanos plenos.
O Estado não garante aos pais e mães desses alunos e aos seus filhos políticas públicas que dê acesso à alimentação básica, saúde, saneamento, educação e dessa forma perpetua a barbárie provocada por uma sociedade dividida em classes.
Mais uma vez, os hipócritas de plantão que estão também na estrutura do Estado no Congresso Nacional falarão que para combater isso é preciso reduzir a maioridade penal.
Para esses defensores das armas, da violência , amigos da repressão oficial e oficiosa do Estado através das milicias, a solução é encarcerar cada vez mais crianças e adolescentes ao mesmo tempo em que potencializam a alienação e o discurso de ódio que mata.
O garoto que cometeu o crime já está preso, mas só isso não colocará fim a violência que fere e mata a partir da profunda alienação encrustada na sociedade que foi potencializada nos últimos anos.
A revolta contra mais essa tragédia tem que se transformar em luta exigindo escolas públicas que atendam crianças, adolescentes e jovens de forma integral, que garantam aos professores condições dignas de trabalho, políticas públicas que garantam acesso ao pleno desenvolvimento humano da classe trabalhadora e de seus filhos.