No dia 22 de junho, os representantes da multinacional alemã Mercedes-Benz anunciaram a decisão da direção da empresa de fechamento da fábrica instalada em Campinas/SP.
A Mercedes- Benz chegou ao Brasil no ano de 1956, período em que o Estado através do governo de Juscelino Kubitschek organizou a infraestrutura do país em função das demandas do Capital. Foi o período em que as grandes multinacionais intensificaram o movimento de instalação de suas fábricas no Brasil, buscando infraestrutura pronta e principalmente força de trabalho mais barata.
A primeira fábrica foi inaugurada em São Bernardo do Campo/SP, na planta instalada em Campinas/SP eram produzidos até o final década de 1990 a montagem das plataformas de ônibus, atualmente são aproximadamente 500 trabalhadores responsáveis pelas atividades de remanufatura de cambios, motores e periféricos, logística e vendas.
O anúncio de fechamento da fábrica de Campinas é mais uma ação do Capital para ampliar seus lucros atacando os empregos e os direitos dos trabalhadores: a decisão da direção da empresa tomada na Alemanha não foi feita em função de nehuma crise, mas sim de reorganização de sua produção para ampliar seus lucros aprofundando os ataques contra os trabalhadores.
Há três décadas a Mercedes-Benz infelizmente em parceria com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo tem imposto acordos em que os trabalhadores perderam direitos, tiveram salários reduzidos e as demissões continuaram retirando os empregos de milhares de metalúrgicos.
Enquanto a Mercedes-Benz seguiu comemorando seus lucros, os trabalhadores sofreram com as demissões e os que continuaram na fábrica seguem sofrendo com o arrocho salarial e o adoecimento provocado pelas condições de trabalho.
Em Campinas, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos jamais sucumbiu a esses acordos e junto com os trabalhadores tem feito o devido enfrentamento contra os ataques da direção da empresa, mostrando ao conjunto da categoria como são nefastos para a classe trabalhadora os Acordos realizados entre os patrões e os sindicatos que aceitaram a redução de direitos e salários.
A direção da empresa disse que quer discutir um pacote de demissões e a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região já disse que a luta é pela preservação dos empregos, salários e direitos.
No início da semana se inicia junto aos trabalhadores o processo de mobilização contra as demissões, além da exigência que a direção do Sindicato fará nas três esferas de governo (prefeitura, governo estadual e governo federal) para que cessem com os generosos incentivos fiscais concedidos à montadora que pretende demitir centenas de trabalhadores, é na força do movimento dentro da fábrica e nas ruas que avançaremos na proteção dos empregos, salários e direitos.
A Intersindical segue firme lado a lado dos metalúrgicos organizando a luta contra mais esse ataque do Capital contra os trabalhadores. O conjunto da nossa militância está empenhada na processo de mobilização para denunciar mais esse ataque da Mercedes-Benz e firme na luta com os metalúrgicos em defesa dos direitos.