PATRÕES SE APROVEITAM DA TRAGÉDIA PARA ATACAR DIREITOS DOS TRABALHADORES E O GOVERNO DE EDUARDO LEITE/PSDB ESTÁ MAIS PREOCUPADO EM DEFENDER OS INTERESSES DO CAPITAL

Já se passaram mais de 20 dias da tragédia que assola o Rio Grande do Sul em que as maiores vítimas são os trabalhadores e suas famílias, uma tragédia anunciada, provocada pela ação do Capital e pela omissão dos governos de plantão.

Os dados da Defesa Civil registram mais de 150 mortos. Dezenas de pessoas continuam desaparecidas e a preocupação maior do governo estadual de Eduardo Leite/PSDB é proteger os interesses das empresas e o governo municipal de Porto Alegre de Sebastião Melo/MDB não investiu um centavo dos mais de R$ 480 milhões do Fundo destinado a isso.

Eduardo Leite chegou a dizer que era preciso diminuir as doações, pois elas poderiam atrapalhar o comércio local. O governo estadual e sua bancada na Assembleia fizeram  alterações na legislação estadual que flexibilizaram as fiscalizações, o que potencializa as ações das empresas que atacam o meio ambiente o que tem como consequência essa crise climática sem precedentes.

Como na pandemia, os patrões se utilizam da tragédia para passar por cima de direitos: diversas empresas têm convocado os trabalhadores a trabalhar na limpeza das fábricas alagadas, nas que não estão alagadas, os patrões os convocam mesmo sabendo que muitos trabalhadores perderam tudo e sequer tem como se deslocarem.

Nas empresas que foram atingidas pelas cheias, os patrões pressionam os trabalhadores para voltar ao trabalho para limpeza das fábricas sem nenhum equipamento de proteção expondo os trabalhadores a riscos sanitários e de acidentes graves já que muitos são convocados para consertos elétricos e mecânicos.

Outras tantas que não foram atingidas pelos alagamentos estão convocando os trabalhadores para retornar ao trabalho sob pena de desconto de salários, ignorando que milhares saíram de suas casas apenas com a roupa do corpo e ainda não conseguiram voltar porque suas casas que ainda estão submersas. Outros tantos sequer têm para onde voltar, pois, suas casas foram totalmente destruídas.

Junto isso as denúncias de assédio e desrespeito a direitos básicos aumentam no Ministério Público do Trabalho do estado e o Capital através da Fecomercio e da FIERGS (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul) tenta reeditar medidas da pandemia, como a suspensão dos contratos de trabalho, o que para os trabalhadores significa redução de direitos e salários.

O governo Lula tem anunciado diversas medidas, como um Auxilio Emergencial para as vitimas das enchentes e outras medidas para esse momento de urgência, mas até agora nenhuma atitude contundente para combater as ações que provocaram mais essa tragédia, vindas da superexploração provocada pelo Capital.

E ao invés de apoiar medidas como as que suspendem os contratos de trabalho, e colocar mais de R$ 100 bilhões nas mãos dos patrões como propõe FIERGS, o governo deveria garantir rigor nas fiscalizações para impedir o desrespeito aos direitos,

O momento segue sendo de fortalecer a solidariedade ativa de classe e somar esforços para a necessária luta contra os ataques patronais aos empregos, salários e direitos dos trabalhadores e contra os ataques dos governos de plantão.