No dia 24 maio, um jovem de 18 anos, invadiu uma escola no Texas e assassinou 19 crianças e duas professoras. Nessa escola que fica na pequena cidade de Uvalde à 100 quilômetros da fronteira com o México mais de 90% dos estudantes são de origem latina e mais de 80% são pobres.
Esse massacre se soma a tantos outros em escolas que já mataram centenas de crianças nos EUA, centro do sistema capitalista, campeão na produção e comercialização de armas, propagador de ações xenófobas que atacam a vida de centenas de milhões de pessoas que pelo mundo afora sofrem por buscarem refúgio contra as guerras, a fome e a miséria produzida por esse sistema.
Dados levantados por Institutos de pesquisa mostram que as 100 maiores empresas da indústria bélica venderam, em 2020, US$ 531 bilhões (R$ 3 trilhões) sendo que as empresas dos Estados Unidos são responsáveis por 54% desse valor.
No Texas, a legislação sobre compra e porte de armas é a cada dia mais flexibilizada, ao ponto de permitir que quem tem uma arma possa carregá-la em público sem obtenção de licença e treinamento, ou seja, é o Estado liberando a licença para matar.
Esse é o mesmo estado que tenta a todo custo combater a legislação que garante a realização do aborto seguro às mulheres que buscam acesso a esse devido direito, ou seja, é a demonstração mais escancarada da política de Estado que hipocritamente diz defender a vida, ao mesmo tempo em que potencializa a produção de armas letais que dizimam vidas pelo mundo afora.
Dentro dos EUA, as maiores vítimas são crianças, pobres e negros mortos pelos órgãos de repressão e pelas mãos dos que bebem da fonte da xenofobia propagandeada pelos gerentes dos interesses capitalistas na máquina do Estado.
O atual presidente Joe Biden se limitou novamente a dar condolências e retoricamente dizer que é preciso combater o lobby das armas, tentando esconder que tanto o Partido Republicano, como o seu Partido, o Partido Democrata seguem sendo os guardiões da indústria armamentista e mais do que isso, operam para potencializar a disputa imperialista invadindo países e impondo guerras em que as maiores vítimas dessa carnificina são os trabalhadores e seus filhos.
Essa semana foi marcada por atos criminosos que escancaram a barbárie do capitalismo: no centro do sistema crianças e professoras são assassinadas com o consentimento do Estado com sua política armamentista, no Brasil, o braço armado do Estado invade comunidades pobres no Rio de Janeiro e novamente mata, em Sergipe, um homem negro e adoecido é morto dentro de uma viatura da Polícia asfixiado por gás lacrimogênio.
Nessa semana em que mais seres humanos têm as vidas ceifadas, os ricos comemoram sua riqueza: pesquisas mostraram que em dois anos de uma pandemia que ainda não acabou, mais de 500 novos bilionários surgiram ao mesmo tempo em que a miséria se alastrou pelo mundo afora. A cada 30 horas, um novo bilionário surgiu, a cada 33 horas, mais de 1 milhão de pessoas foram lançadas à miséria. Essa é a realidade imposta por esse sistema em que uma pequena parcela da sociedade se farta com a riqueza produzida pela exploração da classe trabalhadora.
Contra a barbárie é preciso muito mais do que lamentar as vidas arrancadas pelas balas, pelo gás, pela fome, é preciso avançar na luta contra o sistema que produz a barbárie; o capitalismo.