DESASTRES NATURAIS POTENCIALIZADOS PELA AÇÃO DO CAPITALISMO

Durante o final de semana do carnaval no Brasil, novamente a classe trabalhadora, a população mais pobre sofre com as consequências das fortes chuvas que causaram desmoronamentos, bloqueio de estradas e destruição de casas.
Somente no litoral norte de São Paulo, nas cidades de São Sebastião e Ubatuba já são 40 mortos entre eles uma criança de 7 anos, estão desabrigadas mais de 2 mil pessoas e há muitos desaparecidos, depois dos fortes temporais em que em algumas cidades o índice pluviométrico chegou a mais de 600 mm, o maior índice registrado na história do país.
Todo início do ano é a mesma coisa, seja no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, ou em outros meses chuvosos em outras regiões do país como o Nordeste, os temporais chegam, as enchentes levam tudo e os governos de plantão nada fazem de fato.
Não há investimento na construção de moradias dignas em locais seguros, com acesso â saneamento e outros equipamentos públicos para a população mais pobre que segue sendo empurrada para áreas de risco e nesses momentos de fortes chuvas são os primeiros a perderem o pouco que têm além de ter a vida ameaçada a todo instante. Além disso, as mudanças  climáticas impostas pelas ações do Capital potencializam o que aconteceu.
Também não há o devido investimento para situações de emergência como essas, desde o mais básico que é o alarme de aviso alertando a comunidade sobre o risco de desmoronamento, como socorro imediato as vítimas, alimentação e abrigo.
É isso que vemos acontecer de novo dessa vez no litoral norte do estado de São Paulo, depois da tragédia mais do que anunciada se materializar, o governo estadual de Tarcísio de Freitas/ Republicando fez anúncios das medidas imediatas que está tomando tentando hipocritamente esconder que as devidas ações de prevenção seguem sendo negligenciadas.
Para além das fronteiras das nações, mudam as catástrofes naturais, mas quem segue sofrendo as consequências são os trabalhadores e seus filhos: o terremoto que atingiu a Turquia e Síria no início do mês de fevereiro deixou um rastro de morte e destruição, já são mais de 46 mil mortos, mais de 1 milhão de pessoas desabrigadas e milhares de prédios desmoronaram na Turquia, o desmoronamento dos prédios se deu para além da ação do terremoto e sim por conta da negligência das grandes empreiteiras na construção desses imóveis.
Na Turquia há aproximadamente 20 anos a legislação para construção de prédios e casas foi alterada justamente por conta de outros terremotos já terem atingido a região, a lei exige que os imóveis sejam construídos com concreto de alta qualidade e reforçados com estruturas de aço.
Mas, em 2018 o atual presidente da Turquia, Erdogan concedeu anistia aos responsáveis por construções irregulares e agora logo depois dessa tragédia que tirou a vida de dezenas de milhares empreiteiros tentam fugir do país para fugirem de seus crimes, até o momento pouco mais de 100 foram presos.
Seja no Brasil, na Turquia, Síria, Haiti, no mundo todo, nos momentos em que desastres naturais acontecem, os governos a serviço do Capital tentam naturalizar a tragédia, escondendo o quanto a ação do capitalismo é determinante para isso.
Junto à solidariedade ativa aos nossos irmãos de classe e seus filhos que tiveram entes queridos arrancados nessas tragédias e que perderam tudo o que tinham é preciso combater a inércia dos governos e exigir políticas públicas que garantam moradia digna, saneamento, plano emergencial de socorro, acesso aos devidos equipamentos públicos, além disso é preciso fortalecer a luta contra esse sistema de morte em que os capitalistas seguem concentrando sua riqueza em cima dos escombros que jogam contra os direitos e a vida da classe trabalhadora.