Novamente o governo do estado de São Paulo escancara que sua política em relação à segurança pública é a utilização do extermínio como ferramenta e dessa forma espalha o terror onde as maiores vítimas são os trabalhadores que moram nas periferias e vivem diariamente reféns da violência do Estado através da ação das Polícias e do crime organizado.
Após a morte de mais um policial dessa vez na cidade de Santos, o governo retomou com mais intensidade suas operações que não são de combate ao crime, mas sim de extermínio, em menos de 20 dias já são mais de 30 pessoas mortas e há novamente relatos do terror imposto pela ação da Polícia nas favelas da Baixada Santista, como o foi na cidade do Guarujá no ano de 2023 no início da chamada Operação Escudo.
Matança e impunidade: são muitos os relatos de violência, prática de tortura e do assassinato contra trabalhadores que chegam tanto nas Defensorias Públicas, como na Ouvidoria da Polícia Militar.
Essas ações fizeram com que a Defensoria Pública de São Paulo, em conjunto com a Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog enviasse documento à ONU exigindo o fim dessas operações da Polícia Militar na Baixada Santista.
Segundo o documento enviado à ONU, há “indícios da não preservação das cenas dos crimes, bem como a repetição da versão policial em todas as ocorrências com morte: que os suspeitos portavam drogas, atiraram e que teriam sido socorridos ainda com vida. Nesse contexto, a ausência de corpos nas cenas de crimes impossibilitaria que a perícia coletasse provas técnicas.”
Em um dos boletins de ocorrência, ainda de acordo com a Defensoria, a não preservação do local dos fatos é registrada da seguinte forma: “em razão do tumulto causado nas imediações e com o eventual risco de novo confronto no local, ficou prejudicado para perícia, razão pela qual não possível a preservação do sítio do evento por parte dos componentes da ROTA”.
Uma das pessoas mortas era José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos que voltava para casa de seu trabalho como catador de material reciclável em um lixão da Baixada Santista. Reconhecido na comunidade como trabalhador, ele foi morto dentro de sua residência por policiais militares da Rota.
Ou seja, tudo mostra o braço armado do Estado se utilizando do monopólio da força para impor justiçamento em relação aos membros de sua corporação e o faz assassinando trabalhadores e de seus filhos.
O atual governador e São Paulo, Tarcísio de Freitas, capacho de Bolsonaro que durante as eleições já tinha se colocado contra o uso de câmeras por policiais já anunciou que não fará novos investimentos para compra de mais equipamentos como esse, dessa forma acoberta os crimes praticados nessas operações.
Segundo levantamento da FGV, o uso desse equipamento nos uniformes da PM em SP evitou 104 mortes em dezembro de 2022 e a letalidade dos policiais em serviço foi a menor da história no ano passado com o uso das camêras.
Mais do respaldar as operações da Polícia Militar, o atual governador impõe sua política que em nada tem relação ao combate do crime organizado, é chacina que dizima a vida principalmente daqueles que são alvos preferenciais da repressão do Estado: negros, pobres, trabalhadores.