INDÍGENAS SEGUEM SENDO MORTOS PELAS BALAS E PELA FOME

É PRECISO AMPLIAR  A DENÚNCIA E EXIGIR DO GOVERNO AÇÕES CONCRETAS PARA PROTEGER A VIDA DOS POVOS ORIGINÁRIOS

27Em Potiguará, na Bahia no dia 21 de janeiro, ruralistas invadiram uma terra habitada por indígenas, a Polícia mais do que conivente facilitou a invasão e os disparos feitos pelos ruralistas que mataram Maria de Fátima Muniz Pataxó, a Pajé  Nega Pataxó e feriram seu irmão o cacique Nailton Pataxó.

Muitos outros também foram feridos entres eles, crianças, ou seja, mais uma tentativa de exterminar as vidas indígenas, mais um crime do agronegócio com o respaldo do braço armado do Estado.

Quando não são as balas, a morte vem pela fome e pelas doenças que poderiam ser evitadas: no início do ano passado cenas que circularam pela grande imprensa mostraram a situação desesperadora em que se encontravam os yanomami, que foram jogados à morte pela política do ex-governo de Jair Bolsonaro que para atender aos interesses do agronegócio devastou as políticas públicas de proteção a vida e as terras indígenas.

Mais um ano se passou e a fome, a desnutrição crônica segue ceifando a vida das crianças indígenas e muitas doenças que poderiam ser evitadas ou combatidas  não o são pela falta do devido investimento em políticas públicas de proteção a saúde.

Paulo Marubo, liderança da Terra Indígena do Vale do Javari no interior do Amazonas, é uma dessas vítimas, ele faleceu no início de fevereiro, no interior do Amazonas. Ele lutava contra uma hepatite crônica decorrente de diversas epidemias e surtos epidemiológicos.

Só a criação de Ministérios não basta: o governo Lula  criou o Ministério dos Povos Originários, colocou indígenas para dirigir esse ministério recém-criado, como também em outros órgãos que tratam da questão, como a FUNAI, fez questão de ao subir a rampa no dia de sua posse ter ao seu lado uma liderança indígena reconhecida internacionalmente, mas é preciso ir além dos simbolismos, é preciso ações concretas.

Ações que combatam a impunidade contra os criminosos do Capital que seguem matando indígenas e aterrorizando a vidas das crianças que ao invés de poderem viver livremente em suas terras são acuadas pelo terror.

É preciso punir os policiais envolvidos na facilitação que teve como consequência a morte de mais uma liderança indígena na Bahia, estado governado pelo Partido dos Trabalhadores há muito tempo e que tem a Polícia que mais mata no Brasil.

É preciso investimento em políticas públicas  para acabar com a desnutrição crônica e combater as doenças que atacam ainda mais as comunidades indígenas, ou seja, é preciso muito mais do que símbolos, é preciso rigor na ação, para proteger a vida e punir quem mata.