Todo apoio aos trabalhadores na Caesb! Abaixo à perseguição Política aos trabalhadores em Luta! Manifesto em Defesa do Saneamento Público

Os Trabalhadores na CAESB (Empresa de Saneamento do DF) organizados no SINDAGUA estao em greve há mais de 60 dias. Além da intransigência da empresa e do Governador, que se recusa a atender a pauta mínima de reposição das perdas inflacionárias (9,78%), oferencendo somente 4% e reposição dos dias, perseguem os dirigentes da categoria – em meio a greve demitiram o camarada Catitu, uma clara retaliação por parte do judiciário.

Veja abaixo (e assine) o manifesto que foi lido no Forum Mundial da Agua, após ato de ocupação que a categoria fez no evento e está sendo divulgado para diversas organizações em vários países e o manifesto contra as perseguições.

A categoria se mantém ativa e participando dos atos. As manifestações de apoio são importantes e bem-vindas!  Converse com sua categoria e envie moções de apoio aos nossos companheiros do Saneamento no DF.  As assinaturas do Manifesto e moções de apoio podem ser enviados para o sindaguadf@gmail.com 

   

Manifesto em Defesa do Saneamento Público

Apesar de ser óbvia a constatação da necessidade do acesso à água potável e do saneamento básico para o ser humano, somente em 2010 as autoridades internacionais tomaram a medida de reconhecer enquanto direito humano, diante dos dados mundiais alarmantes.

Segundo a ONU, são 748 milhões de pessoas sem acesso a fontes confiáveis de água potável no mundo, mais de 2,5 bilhões sem saneamento básico, e cerca de 1,5 milhão de crianças menores de cinco anos mortas todos os anos por doenças relacionadas à potabilidade da água e à precariedade dos serviços de saneamento básico.

Diferentemente do que se divulga a população, o consumo doméstico não é o vilão do desperdício de água, mas sim o agronegócio que consome aproximadamente 70% de toda a água potável. Enquanto isso, o uso doméstico é de apenas 10%. Embora blindado pela grande mídia, o setor da agricultura que é visto pela ONU como alvo prioritário para as políticas de controle racional de água. Tal setor, cada vez mais monopolizado pelo Agronegócio, tem perda de 60% da água utilizada nos projetos de irrigação, por fenômenos como a evaporação. Segundo o órgão, uma redução de 10% nesse desperdício poderia abastecer o dobro da população mundial dos dias atuais.

A solução que tem sido apontada para o problema do saneamento no Brasil e no mundo é a privatização nas suas mais diversas facetas: Concessão, Parceria Público-Privada (PPP), Terceirização, Abertura de Capital etc. Todavia, a tendência mundial nos países desenvolvidos caminha no sentido contrário, ou seja, de acabar com a privatização da água (Jornal El País, 15/Jun/2015).

Ficou comprovado o fracasso do saneamento privatizado. Entre as grandes capitais que acabaram com privatização do saneamento, destaca-se a capital da França, Paris, que é o berço das poderosas Empresas Multinacionais Suez e Veolia, que dominam o mercado da água no mundo. Todavia, o governador do DF, Rollemberg, e seu primo e presidente da Caesb, Mauricio Luduvice, têm constantemente tentado privatizar a Caesb. Luduvice chegou a declarar inclusive que quer ser dono da Caesb, usurpando-a da população.

O mundo precisa investir apenas 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global de 2010 durante cinco anos, para universalizar o acesso à água tratada e ao saneamento, segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos 2015. Em países em desenvolvimento, o investimento pode trazer um retorno estimado entre US$ 5 e US$ 28 por dólar investido em saneamento. Entretanto, a aparente solução fácil esbarra nos interesses do Capital e sua elite, que não passa de 1% da população, mas detém riqueza acumulada superior à dos 99% restantes. (Oxfam, 2016).

Investir na melhoria da gestão da água e serviços de saneamento significa redução da pobreza e o crescimento econômico, para maioria da população, com a melhoria dos serviços de saúde e redução das despesas com doenças. Porém isso não é visto pela elite mundial como algo vantajoso e que gere lucro fácil e vultuoso.

Assim, pelo direito ao saneamento, saúde e vida da população, conclamamos todos a lutarem por um saneamento público e de qualidade, orientado para os interesses da maioria da população, e não geração de lucros. Água é Vida, e não é mercadoria!!!

 

Abaixo à perseguição aos trabalhadores em luta!

Trabalhadores(as) de base e dirigentes sindicais estão sendo alvos de vários processos persecutórios, decorrentes de movimentos paredistas e manifestações públicas, sobretudo a greve legal e legítima de 2014. Foram movidas cinco ações judiciais contra diretores sindicais, dois tiveram suas DEMISSÕES sentenciadas em primeira instância (Pedro Catitu e Jeferson Justino), restando ainda a decisão do Paulo Cesar (PC), e dos trabalhadores de base em um processo administrativo, por participarem de uma manifestação pacífica na sede da empresa. Exigimos respeito às liberdades sindicais na CAESB. O diretor Pedro Catitu teve sua sentença proferida em meio a novo movimento de greve da categoria, em uma decisão ideologizada, que ataca o sindicalismo combativo e antecipada em mais de um mês da data a qual seria proferida.

INTERSINDICAL – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora