13/09/2013 – com informações do Sintcom/PR
CDD CIC completa três dias de greve contra perseguição da gerência e demissão injusta
O CDD CIC entra hoje no terceiro dia de greve que reivindica a reintegração de um trabalhador demitido injustamente e a substituição da gerência truculenta. A unidade, que se mantinha mobilizada e em estado de greve desde o dia 18 de junho, decidiu paralisar novamente na quarta-feira (11), quando o gerente anunciou a demissão do trabalhador que ainda cumpria período de experiência.
O movimento segue forte e conta com a adesão de 80% dos trabalhadores. Mesmo assim, a ECT mantém o tom intransigente e truculento. Em reunião com o Sindicato e trabalhadores da unidade, o Assessor de Gestão das Relações de Trabalho (Asget), funcionário que supostamente é responsável por manter o diálogo com o movimento sindical, afirmou que não mais haveria negociação sobre a demissão do companheiro e ainda ameaçou os demais trabalhadores com falta injustificada, desrespeitando o direito de greve da categoria.
Os ecetistas do CDD CIC seguem solidários e reivindicam que a demissão do companheiro seja revista e que a Empresa apresente os critérios usados na avaliação. Os trabalhadores desconfiam que a demissão foi uma perseguição política ao trabalhador, que participou de assembleias e atividades do sindicato. Eles também reivindicam que não haja perseguição por parte da Empresa, como faltas injustificadas.
As ameaças da ECT não desanimaram os ecetistas do CDD CIC. No dia 12, os trabalhadores realizaram uma passeata na região próxima ao terminal CIC e fecharam o cruzamento entre as ruas Pedro Gusso e Cid Campelo.
Na segunda-feira, a categoria realiza uma nova assembleia, em frente aos portões da unidade, para decidir as próximas ações do movimento.
Histórico da mobilização
No dia 18 de junho, o CDD CIC parou por meio período para protestar contra as imposições absurdas e as perseguições por parte chefia. Graças à união da categoria, a greve fez com que a Empresa contratasse 13 novos trabalhadores e assumisse o compromisso de aceitar atestados médicos sem exigência de CID, garantir condições de trabalho para uma ecetista gestante e a rever a entrega das correspondências atrasadas da Copel, que não foram entregues no prazo normal por erro ou insuficiência de endereço.
Entretanto, uma das principais reivindicações, a substituição da gerência truculenta, não foi atendida plenamente. A ECT não quis substituir o gerente, mas registrou em ata que iria acompanhar a sua conduta para evitar os excessos, que foram relatados por funcionários daquela unidade. A Empresa também se comprometeu a realizar uma visita semanal para acompanhar o clima organizacional da unidade. Esses compromissos ficaram apenas no papel e não foram colocados em prática pelos Correios.
No dia 18 de junho, os trabalhadores suspenderam a paralisação, mas decidiram manter o estado de greve permanente para acompanhar a avaliação do gestor. A decisão, definida em assembleia, garantia que, caso o gerente cometesse novos atos de assédio e truculência, os trabalhadores voltariam a cruzar os braços.
Foi exatamente isso que ocorreu no dia 11, com o anúncio da demissão do trabalhador que ainda cumpria o período de experiência. Indignados com a situação, os outros trabalhadores pediram esclarecimento ao gerente no horário do almoço, mas ele se recusou a dar qualquer explicação. Diante da intransigência, os ecetistas realizaram uma assembleia em frente ao CDD e decidiram cruzar os braços e permanecer fora da unidade até que o gerente justificasse a decisão
A completa falta de habilidade e competência por parte da ECT para resolver o conflito empurra a categoria a continuar em greve contra demissão do companheiro, que é entendida como um ato de perseguição e assédio contra todos os trabalhadores da unidade.