ENQUANTO OS RICOS PODEM MIGRAR LIVREMENTE PELO MUNDO, CRIANÇAS POBRES MORREM BUSCANDO A SOBREVIVÊNCIA

Mais um pequenino morreu, mais uma criança guatemalteca morreu no dia 25 de dezembro, o menino também estava sob custódia dos agentes de segurança da Alfandega dos EUA.  O menino de 8 anos foi hospitalizado com febre, teve vômitos e náuseas e o diagnóstico divulgado foi apenas de um “resfriado comum”. O que é comum para o governo dos EUA é uma criança que junto a seus pais tenta migrar para buscar a sobrevivência, ser presa e não ter o atendimento básico que lhe garanta a vida.

Comum também para os governos das nações economicamente dominantes no mundo é liberar as fronteiras de suas nações para os ricos que buscam países onde possam gastar livremente seu dinheiro proveniente da exploração e da corrupção em seus países de origem.

É para isso que serve o tal “visto gold”, que garante cidadania europeia para aqueles que comprem imóveis, invistam em empresas e negócios nos países quem que pedem entrada.

Em Portugal e em outros países da Europa é crescente as denúncias sobre esses vistos que não criaram novos empregos, ao contrário, grande parte desses empresários que buscam esses vistos, tentam se livrar de processos de corrupção em seus países de origem e concentrar mais riqueza onde se instalam.

Em Portugal, trabalhadores aposentados estão sendo despejados de suas moradias, não tendo seus contratos de aluguel renovados, pois as casas estão sendo vendidas para os ricos que tiveram sua cidadania reconhecida através do visto gold.

Ou seja, enquanto os governos dos EUA e a União europeia fazem de tudo para impedir a entrada nesses países de mulheres, crianças, jovens, trabalhadores que buscam a sobrevivência e condições dignas de vida, para os ricos, o direito de ir e vir por qualquer país da Europa está liberado.

É isso que o Capital com seus governos de plantão tenta esconder dos pobres, da classe trabalhadora. As fronteiras das nações, as cercas que nos dividem em nacionalidades só servem para que os ricos fiquem cada vez mais ricos, para que se fartem com a exploração, enquanto crianças morrem vítimas das guerras e da fome, enquanto trabalhadores padecem nas ruas do mundo sem teto, sem emprego, enquanto tantos outros milhares morrem também vítimas das péssimas condições de trabalho.

A xenofobia, que mais do que preconceito é um crime contra imigrantes, tem essa função, tentar dividir seres humanos a partir do país em que nasceram para que o Capital tenha mais condições de explorar, para que os ricos concentrem cada vez mais riqueza, na exata medida que espalham a violência, a fome, a miséria e a morte.

Contra isso é preciso rasgar o véu da indiferença, cortar as cercas das nações é retomar com força a unidade e a luta internacional da classe trabalhadora.

Mais um menino que tentava migrar morreu, no dia de Natal, milhares não tem o que comemorar na entrada do próximo ano, portanto está mais do que na hora de enraizar a solidariedade capaz de enxergar nossos irmãos de classe, nos dar as mãos e lutar contra esse sistema que oprime, explora e mata.