No dia 08 de março, na cidade de Caxias no Maranhão, duas crianças de 9 e 10 anos foram amarradas e levadas num camburão pela Polícia Militar, numa afronta absurda a direitos básicos da criança garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Os meninos foram acusados de tentarem roubar uma casa, mas nada, absolutamente nada, justifica prender dois pequenos, que deveriam ser levados a seus pais ou ao Conselho Tutelar. As crianças foram amarradas antes da Polícia chegar que os levou amarrados para uma Delegacia como criminosos.
No dia 13 de março, na cidade de Suzano em São Paulo dois jovens matam um comerciante que era tio de um deles, entram numa escola com armas de fogo, machados e outras armas, matam cinco estudantes, duas trabalhadoras da escola e depois se matam.
O que aconteceu em Suzano é semelhante ao que acontece há anos nos EUA. No centro do sistema capitalista, o governo propagandeia o uso de armas para garantir os lucros da indústria armamentista e o resultado dessa política são mais mortes de crianças e jovens, vítimas dessa política de governo que propagandeia o ódio, provocado por uma sociedade dividida em classes e carregada de preconceitos.
No Brasil, o governo Bolsonaro defende o aumento da repressão estatal e a liberação das armas. O resultado disso é mais violência dos instrumentos oficiais do Estado, como aconteceu no Maranhão e mais assassinatos como o que aconteceu na tragédia de Suzano em São Paulo.
Ainda não se encerrou o primeiro trimestre de 2019 e no Brasil, são mais de 300 pessoas assassinadas em Brumadinho/MG pela mineradora Vale. No Rio de Janeiro, 10 jovens são mortos queimados no Centro de Treinamento do Flamengo, dezenas de pessoas morrem nas enchentes de São Paulo e no Rio de Janeiro, mortes provocadas pelo descaso do Estado.
No dia 13 de março em Suzano, jovens e trabalhadoras são assassinados por jovens vindos de uma história triste e solitária que se tornaram criminosos por conta desse sistema em que aliena e submete o ser humano aos interesses daqueles que se beneficiam dessa sociedade desigual.
O culto ao ódio e ao preconceito do governo Bolsonaro potencializa as tragédias que vivemos hoje: o aumento da repressão estatal, a liberação das armas defendidas pelo governo tem como resultado as tragédias que vivemos hoje.
Quem está morrendo são os filhos, os irmãos, pais e mães de nossa classe, enquanto a burguesia e seus governos se fartam com a exploração e a opressão. A tristeza, a indignação, a dor que cada um sente precisa se transformar em movimento contra esse sistema que explora, oprime e mata.