Em meio ao ataque brutal que pretende fazer contra os trabalhadores com sua desumana reforma da Previdência, Bolsonaro quer comemorar o golpe de 1964 que instalou uma ditadura militar financiada pela burguesia que prendeu, torturou e matou trabalhadores e estudantes que lutavam por direitos e melhores condições de vida e trabalho.
Ele que é um saudoso da ditadura, que elogia grupos de extermínio e milícias, dia após dia faz declarações que só reforçam seu ódio contra os que lutam contra a exploração e opressão.
No dia 28 de março suas declarações escancararam que seu governo tenta reescrever a história recente do Brasil, ao dizer que é preciso “rememorar o dia 31 de março de 1964 para rever o que está errado e o que está certo”.
Certo para Bolsonaro foi torturar pais e mães diante dos filhos, certo para ele foi prender crianças juntos com seus pais que também foram torturados, certo para ele foi prender e assassinar trabalhadores que lutavam por liberdade, por melhores condições de vida e trabalho.
Errado para Bolsonaro é revelar o que não é interpretação e sim fato: no dia 31 de março de 1964 se instalou uma ditadura militar financiada por grandes grupos empresariais que teve como objetivo conter a luta da classe trabalhadora, prendendo, torturando e assassinando trabalhadores e jovens que simplesmente lutavam por direitos básicos.
Nada a comemorar, nem ontem, nem hoje: num passado recente, uma ditadura se instalou no país, ceifando a vida de homens e mulheres que lutavam por direitos; essa semana um garotinho de 5 anos morreu num hospital de Goiânia/GO por falta de atendimento, o número de trabalhadores desempregados aumenta, a violência estatal promovida pelas polícias se intensifica contra os pobres, o governo saudoso da ditadura militar quer impor reformas que atacam a direitos.
Relembrar os nossos mortos e seguir lutando pelos direitos e pela vida: foi ditadura sim, foi golpe sim que serviu para assassinar tantos que lutavam por direitos. Mais de meio século depois, os governos a serviço dos patrões seguem matando através das péssimas condições de trabalho, da miséria e da violência estatal.
Crianças foram torturadas naquele ano de 1964, crianças vagam hoje pelas ruas sem casa e sem ter o que comer, crianças morrem pelas balas e pelo descaso do Estado. Não há o que comemorar, há muito o que lutar.
A ditadura que esse governo amigo das milícias e dos esquadrões da morte tenta homenagear assassinou parte importante da nossa classe, mas não conseguiu nos aniquilar, estamos vivos e em luta. Não tem comemoração pra golpe e nem homenagem para assassino, tem é luta de classe, da classe trabalhadora sobrevivente e herdeira das gerações que vieram antes de nós, luta para garantir direitos, luta para viver num mundo sem opressão e exploração.