SÓ A LUTA DOS TRABALHADORES É CAPAZ DE IMPEDIR O FIM DOS DIREITOS

Depois de 38 dias de greve na França, o primeiro ministro Édouard Philippe anunciou a suspensão provisória do aumento da idade mínima de 62 para 64 anos para ter o direito à aposentadoria integral.

A greve geral atingiu vários setores importantes, entre eles os transportes públicos e energia, paralisações foram registradas em todas as regiões do país. Os trabalhadores na França mostraram a força da greve, de forma firme foram para as ruas, atravessaram  as festas de natal e ano novo de braços cruzados, afirmando que era melhor perder as festas de fim de ano do que a aposentadoria. A greve foi momento de demonstração de solidariedade e unidade dos trabalhadores, as manifestações contam com grande apoio da população trabalhadora, 

Mas é preciso continuar a luta: o recuo em relação ao aumento da idade mínima só aconteceu pela força da mobilização, que precisa continuar porque o governo, além de não desistir de reapresentar sua proposta de aumentar a idade mínima para aposentadoria, quer fazer uma série de alterações nas mais de 40 modalidades de aposentadorias que existem na França. O objetivo de Emmanuel Macron é exterminar direitos, como governos anteriores fizeram na reforma trabalhista, que aumentou a jornada, arrochou salários e precarizou ainda mais as condições de trabalho.

Aqui no Brasil, o canalha ex-deputado federal relator da reforma trabalhista e hoje secretário da Previdência do governo Bolsonaro, Rogério Marinho, fez declarações criticando o recuo do governo francês, dizendo que ao recuar, caminham para o caos da ingovernabilidade e finalizou bradando: “Viva o Brasil”, essa é mais uma demonstração do desespero do governo Bolsonaro com a possibilidade que manifestações dessa intensidade aconteçam também no Brasil, é por isso que busca aprofundar a repressão e o ataque às Organizações dos trabalhadores.

Mas quando a luta rompe as cercas das categorias, quando trabalhadores empregados, ou não, se encontram e vão à luta, não tem repressão do Estado que contenha a mobilização, o Chile e a França são os exemplos mais recentes disso, e, aqui no Brasil o caminho não é outro, é na luta que podemos barrar os ataques desse governo que está destruindo a Previdência e aprofundando a reforma trabalhista através das Medidas Provisórias que aprofundaram o arrocho salarial,  reduzindo diretos, e aumentando o desemprego e a miséria.