Há 50 anos um golpe através do corpo armado do Estado se realizou para garantir as demandas do Capital. Por muito tempo se falou de maneira fragmentada, ou quase oculta, da ação das grandes multinacionais que mais do que patrocinar e apoiar o golpe, o exigiram como forma de conter a luta dos trabalhadores e instaurar um longo processo de coerção contra os trabalhadores, piora das condições de vida e trabalho e de um arrocho salarial que explodiria na década de 70. Mataram nossos companheiros que lutavam nas Organizações Políticas, nos Sindicatos, Partidos. Mataram também muitos de nossa classe que ousaram parar a produção contra as péssimas condições de trabalho, um exemplo disso é o massacre de Ipatinga ocultado por anos pelos instrumentos a disposição do Capital.
O golpe garantiu as ações necessárias no Estado para que o Capital no Brasil conseguisse se ampliar e hoje estar plenamente desenvolvido na Republica Democrática.
Não há perdão. Mais do que direito a verdade e à memória é preciso exigir punição aos agentes da tortura, não bastam desculpas do Estado. Punir quem através dos instrumentos de repressão do Estado prendeu, torturou e matou quem se colocou em luta por desde direitos básicos a uma nova e outra sociedade.
Vivemos hoje sob um Estado democrático, que continua a ser o Estado da classe economicamente dominante, sendo assim a democracia ao invés de ameaça ao Capital é um instrumento que garante na porrada com seu corpo armado (Exercito, Policia Militar e suas milícias parceiras), e no envolvimento conter, frear e retardar a luta de classes.
Portanto mais do que resquícios da Ditadura, esse Estado em plena democracia continua a garantir os instrumentos para matar nossa classe nas periferias, nas favelas e morros indo além, garantindo ao Capital que continue a matar impunemente dentro dos locais de trabalho nossa classe através das péssimas condições de trabalho.
Nessa fase de plena democracia, o governo do PT, ao mesmo tempo em que propõe uma lei “antiterrorista” para conter manifestações durante a Copa, através de uma legislação que coíba o movimento para além das passeatas, pois no projeto, parar a produção dos” setores produtivos” pode ser tipificado como prática terrorista tenta através de Organizações que representam parcela significativa de nossa classe retardar a luta, garantindo ao Capital a redução dos salários, direitos e a piora das condições de trabalho.
Mais do que homenagear os nossos que tombaram na luta, exigir punição aos assassinos do Estado é tarefa da ordem do dia, além dela a luta maior segue, por mais que muitos a reneguem, tentem retardá-la ou ocultá-la essa luta é por outra sociedade, que não se faz na ocupação dos cargos do Estado Capitalista, essa luta é contra o Capital e seu Estado, essa luta é por uma outra e nova sociedade, socialista.