No final de março, Bolsonaro publicou uma resolução para remover 800 famílias quilombolas no Maranhão, descendentes daqueles que habitavam a região desde o século 17 e lutavam contra a escravidão.
Além de ser mais uma medida que coloca em prática seu preconceito e ódio contra os negros, Bolsonaro dá mais um exemplo de sua subserviência aos EUA, pois já no ano passado assinou acordo com o governo americano para ampliação da exploração da base de Alcântara.
A ameaça de despejo a qualquer momento no Maranhão, a negação de acesso a serviços urgentes e básicos de assistência e saúde em meio à pandemia aos quilombolas mostram a verdadeira face desse genocida, que antes de ser presidente já vomitava seu preconceito e sua política negacionista, que tenta transformar em privilégios os poucos direitos conquistados pelos negros e negras no Brasil através de muita luta a partir de Quilombo dos Palmares.
Enquanto crianças, idosos, homens e mulheres quilombolas padecem com a ausência de políticas públicas nas comunidades, Bolsonaro recoloca na Fundação Palmares o negro racista Sérgio Camargo, que no último 13 de maio atacou a história de Zumbi dos Palmares e enalteceu a princesa Isabel, ou seja, mais um espetáculo de horror desse governo que tripudia o sofrimento e a luta contra as consequências da escravidão que perduram até hoje.
Mais ódio em nome de atender os interesses capitalistas: antes mesmo de sentar na cadeira de presidente, Bolsonaro já mostrava seu objetivo de destruir as reservas indígenas e as colocarem à disposição dos garimpeiros, madeireiros, do agronegócio.
Os crimes contra os indígenas que nunca deixaram de acontecer foram potencializados durante o governo Bolsonaro: jagunços a serviço dos que querem explorar as reservas matam lideranças indígenas, ateiam fogo nas tribos, tocam o terror contra aqueles que lutam para proteger a terra, como bem comum da humanidade.
Em meio a pandemia, esse governo da morte avança contra as vidas indígenas: com a absurda desculpa que, por conta da pandemia foi necessário diminuir a fiscalização das terras indígenas, o governo mais do que conivente, tem garantido o avanço das invasões das reservas e o assassinato de indígenas. No dia 18 de abril, o corpo de um indígena do povo Uru-Eu-Wau-Wau foi encontrado no estado de Roraima com marcas de pauladas na cabeça e já havia algum tempo que esse jovem professor vinha sendo ameaçado de morte pelos garimpeiros.
No início do mês de abril, um jovem Yanomami de 15 anos morreu pela contaminação do coronavírus, sua morte escancara a total ausência de assistência e tratamento aos povos indígenas em meio a pandemia. Não foi feito teste para coronavírus assim que o jovem começou a apresentar sintomas, tão pouco tratamento, ou seja, mais uma vida que se vai por negligência do governo. No Amazonas, onde estão concentradas grande parte das reservas indígenas, o acesso à saúde piorou ainda mais durante a pandemia, as cidades menores onde estão as reservas sequer têm hospitais equipados para atender os adoecidos pela COVID-19 e a capital, Manaus já está com seu sistema de saúde colapsado.
Denunciar os crimes contra as comunidades quilombolas e indígenas e fortalecer sua luta é uma tarefa de todos nós que estamos no enfrentamento contra esse governo genocida e capacho dos interesses capitalistas.