Desde o dia 12 de agosto trabalhadores rurais sem-terra, homens, mulheres, idosos e seus filhos se deparam mais uma vez com a violência do braço armado do Estado. Em Minas Gerais, o governo de Romeu Zema/Novo mandou a Polícia Militar invadir o acampamento em Campo do Meio, sul do estado, acampamento que já tem mais de 20 anos e onde as famílias produzem alimento para seu sustento e da comunidade.
Muitos do que ali moram e trabalham foram funcionários da Usina Ariadnópolis onde está o acampamento, por anos trabalharam sem receber salários e direitos e foram demitidos sem receber as devidas dívidas trabalhistas. Os que deram o calote nos trabalhadores são os mesmos que foram ao Judiciário exigir a reintegração de posse da área para transformá-la em mais um quintal do agronegócio.
No dia 13 de agosto mais policiais chegaram na ocupação Quilombo Campo Grande, derrubaram a escola dos filhos dos trabalhadores e incendiaram plantações. O covarde e hipócrita governador disse que iria suspender o despejo, mas o que fez foi autorizar a violência policial que além de destruir escola e plantações joga mais de 400 famílias na mira da contaminação do novo coronavírus. Pela ação repressiva e pelo despejo, centenas de adultos, crianças e idosos estão mais expostos à pandemia.
Em São Paulo de abril a junho, os despejos dobraram se comparados ao 1° trimestre, segundo o levantamento feito pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). De acordo com o estudo, aproximadamente 1.300 famílias foram despejadas em plena pandemia do novo coronavírus.
Além da violência brutal de arrancar o teto dos trabalhadores e de seus filhos, essas milhares de pessoas estão mais expostas a contaminação sem ter para onde ir, vagando pelas ruas, sem o que há de mais básico para sobrevivência.
O governador de São Paulo João Dória/PSDB que faz sua auto-propaganda de combate à pandemia, na realidade além de afrouxar todas as medidas de isolamento atendendo os interesses privados das empresas também coloca sua digital nos despejos e na repressão contra os que lutam por moradia, exemplo disso foi a repressão contra a manifestação do Movimento dos Sem Teto no final de julho.
O governo genocida de Bolsonaro também aprofunda seu ataque em meio à pandemia aos indígenas e quilombolas, o governo através de seu ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles combate a fiscalização que deveria proteger as reservas indígenas e faz coro com a grilagem. Além disso, cortou drasticamente recursos das políticas de saúde às comunidades indígenas e pretende remover mais de 800 famílias quilombolas no Maranhão.
Mais do que nossa solidariedade ativa aos trabalhadores que se organizam no MST e no MTST, terra para plantar, casa para morar é no avanço da luta do conjunto de nossa classe em defesa dos direitos duramente atacados pelo Capital e seus capachos no Estado que avançaremos na luta em defesa da vida.