Já são mais de 150 mil mortes e mais de 5 milhões de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus no Brasil, isso não é obra do acaso, algo que não pudesse ser evitado, esses números trágicos têm a digital do Capital e seu capacho e genocida governo.
Como em outras tragédias, o Capital se aproveita desse momento para reorganizar seus negócios, isso está escancarado no Brasil: durante a pandemia o número de bilionários aumentou no país, ao mesmo tempo em que as direções das empresas privadas se aproveitavam das medidas provisórias do governo Bolsonaro para diminuir salários, retirar direitos e ampliar as demissões.
O governo Bolsonaro desde o início da pandemia negou a gravidade da doença, fez de tudo para impedir o isolamento social, única forma de conter o contágio, chegou ao absurdo de afirmar que quando houver a vacina de combate à COVID-19 só deve tomá-la quem quiser e mentiu descaradamente dizendo que os devidos investimentos foram garantidos para combate à doença.
O pouco que foi destinado ao combate à pandemia é alvo de desvio que vai parar nos fundos das cuecas: exemplo mais absurdo disso é o que aconteceu na última semana, quando numa operação da Polícia Federal foram encontrados mais de R$ 30 mil na cueca e enfiado nas nádegas do senador Chico Guimarães/DEM de Roraima, um dos líderes do governo Bolsonaro no Congresso Nacional.
O processo do Ministério Público que resultou nessa investigação constatou que mais de R$ 20 milhões que foram destinados ao estado de Roraima para o combate à COVID-19 foram desviados. Esse é um dos estados que escancara a negligência e a violência contra os povos indígenas, exemplo disso é o que aconteceu com um bebê indígena com suspeita de COVID-19 que morreu esperando o socorro que deveria chegar através do transporte aéreo pago pelas verbas destinadas ao combate à pandemia.
Oportunismo na tragédia alheia, é isso que significa o programa “ Renda Cidadã” proposto do governo Bolsonaro: o governo era contra a criação de qualquer auxilio emergencial, depois propôs a miséria de R$ 200,00 e só a partir da pressão das Organizações sindicais e populares decretou o auxílio emergencial de R$ 600,00 o que já foi cortado pela metade.
Sua proposta de “Renda cidadã” é a tentativa desesperada em emplacar uma medida para se cacifar eleitoralmente entre os mais pobres, a proposta é acabar com programas já existentes como o Bolsa Família enganando que seu governo está lançado um programa de proteção aos mais pobres. As propostas apresentadas pelo ministro da economia Paulo Guedes tentaram tirar de quem quase nada tem, para repassar a quem não tem nada. Assim foram as propostas iniciais de cortar o abono salarial, diminuir parcelas do seguro-desemprego, cortar o BPC de idosos e portadores de necessidades especiais, após disso tentou arrancar parte dos recursos do FUNDEB e dos precatórios, ou seja, retirar recursos da Educação que chegam até a merenda escolar e no caso dos precatórios acabar com milhares de processos em que a maioria são de trabalhadores exigindo auxílios previdenciários negados.
Quando Bolsonaro discursa “rechaçando” as medidas de Paulo Guedes que retiram dos mais pobres é a hipocrisia nua e crua de quem avança em medidas e reformas para retirar direitos dos trabalhadores e abrir mais possiblidade de demissões e consequentemente do aumento da miséria.
Essas medidas se apresentam ao mesmo tempo em que na falsa reforma tributária a proposta central do governo está em abocanhar parte da renda dos trabalhadores assalariados ao tentar acabar com o desconto de 20% na declaração simplificada do imposto de renda, o que vai arrochar ainda mais os salários dos trabalhadores com registro em carteira e não taxar nenhum centavo das grandes fortunas, que aumentaram, e muito em meio à pandemia.
Enquanto milhares de nossa classe morrem, o governo segue à serviço do Capital com suas medidas que ampliam o desemprego, o arrocho, a carestia e a miséria. Portanto para enfrentar os ataques do Capital e deu capacho governo é só na luta direta dos trabalhadores para além das eleições que vamos manter direitos e garantir melhores condições de vida e trabalho.